22/08/2023
Saúde

Fechamento do Belém já afeta outros hospitais de Guarapuava

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 Um dia após o fechamento do  Estrela de Belém em Guarapuava, hospitais já sentem os reflexos dessa iniciativa. No Hospital São Vicente, a demanda aumentou há duas semanas, quando o Belém começou a ter problemas na área de obstetrícia. “As gestantes chegavam aqui já em trabalho de parto e não há como deixar de atender”, disse o administrador do São Vicente, Arion Toledo.

De acordo com Arion, o Hospital São Vicente já está há algum tempo  com sobrecarga de pacientes. “Nós temos um limitador que é espaço físico”, observou. Para não sobrecarregar ainda mais o hospital beneficiente, a administração e a Provedoria estão entrando em contato com municípios da região e solicitando um rigor maior no critério de encaminhamentos. “Estamos pedindo aos municípios que casos mais simples e que podem ser atendidos em estruturas menores que não sejam encaminhados para Guarapuava”, disse Arion.

Com 168 leitos, dos quais 121 credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o São Vicente oferece também 10 leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) – são leitos adultos, dois neo-natal e dois pediátricos. Os quatro leitos que eram conveniados com o Estado continuam desativados e há perspectivas de que sejam reativados em 2011 quando a UTI neo natal será reformada para cumprir os padrões exigidos pela RDS 50 que dita as normas técnicas do setor.

O São Vicente possui um quadro geral composto por 370 colaboradores, dos quais um corpo clínico com 65 médicos. O maior  número de profissionais, porém, é verificado no setor de enfermagem que representa 68% dos quadro.

No Hospital Semmlweis, sediado na Colônia Vitória, no distrito de Entre Rios, a situação não é diferente. “Desde sexta-feira até hoje tivemos um aumento de 60% no número de atendimentos”, disse o administrador Eduardo Potulski à RSN. Da média de quatro internamentos o número saltou para 14.

“A nossa estrutura está capacitada para atender a população de Entre Rios e, eventualmente, dar um apoio aos encaminhamentos que nos são feitos pela Urgência do Município”, observa Eduardo. São 28 leitos, dos quais 16 cadastrados no SUS. “Esse número é suficiente para atender um fluxo normal”, diz. O atendimento é feito por 4 médicos, dos quais, dois em período integral, além de quatro enfermeiros e outros técnicos em enfermagem.

Para discutir a situação provocada pela perda dos 130 leitos e das sete UTI´s existentes no Estrela de Belém, a direção do hospital já conversou com a Secretaria Municipal de Saúde e com a 5° Regional de Saúde.

No Hospital Santa Tereza, os proprietários e a diretoria administrativa estão em reunião desde a manhã desta terça-feira (30), não sendo possível conversar com algum dos responsáveis.

CONVÊNIO COM O SAS

Representantes do Sistema de Atendimento à Saúde (SAS), convênio médico-hospitalar que atende servidores estaduais, do Ministério Público e do Tribunal de Justiça do Paraná, estão em Guarapuava.

Segundo o diretor, Eduardo Mischiatti, serão visitados os hospitais São Vicente e Santa Tereza. “São duas instituições que têm condições de atender pelo SAS. Vamos conversar com a diretoria dos dois hospitais para fechar o quanto antes um contrato provisório, até que nova licitação seja lançada e concluída”. Mischiatti informa que já está sendo providenciada solicitação, ao governador do Estado, Orlando Pessuti, de autorização para a abertura do processo licitatório, o mais rápido possível.
A reunião com o Hospital São Vicente será amanhã, quarta-feira (1°), às 10h30. "Há três anos quando houve o processo licitatório, não tivemos interesse pelo valor per capita oferecido que era de R$ 20,00. Esse valor é inviável", disse o administrador Arion Toledo.

Eduardo Potulski, que responde pela administração do Hospital Semmlweis, na Colônia Vitória, já anetcipou à RSN que não há interesse no convênio pela estrutura do hospital.

No Hospital Santa Tereza, que já foi conveniado com o SAS, a diretoria ainda está em reunião (16h27).

 

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Cristina Esteche

Jornalista

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