O mundo assistiu às 14h desta quarta (20) a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Com 78 anos de idade ele é o presidente mais velho a assumir a presidência do país. Entretanto, a posse não teve desfile, multidões, baile e nem a presença de Donald Trump. Ele se limitou a uma carta no salão oval, o escritório da Casa Branca. Mas ainda não se sabe qual o conteúdo da nota. Entretanto, lá estavam os ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton.
Reduzida por causa da pandemia da covid-19 e por segurança após o ataque da Capitólio, em 6 de janeiro, a solenidade teve a participação da cantora Lady Gaga que interpretou o hino americano. Enquanto Jennifer Lopez cantou ‘This land our land’ e o cantor country Garth Brooks encerrou as apresentações musicais do dia com o hino cristão “Amazing grace”.
Num discurso emocionado, o novo presidente dos EUA, disse que a vitória nas eleições, em novembro de 2020, representa o triunfo da democracia. “Hoje é um dia de esperança. Hoje nós celebramos o triunfo não de um candidato, mas o de uma causa, a causa da democracia”.
Em outro momento, Joe Biden exaltou a união e convocou todo o país a enfrentar, junto, os desafios que assolam a nação, como a pandemia de covid-19, o terrorismo doméstico e o racismo. Lembrou que a segregação no país não é recente. Entretanto, exaltou a história do país e afirmou que, unido, o povo conseguiu vencer grandes desafios, a exemplo da Guerra Civil e dos ataques ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2000.
“Falar de união pode soar bobo neste momento. As forças que nos dividem são profundas, mas não são novas. Nossa história tem sido uma luta constante entre o ideal americano e a terrível realidade do racismo, medo, demonização… Tudo isso nos separou por muito tempo. A batalha é perene e a vitória nunca é garantida. Mas nossos melhores anjos sempre prevaleceram, se juntaram para avançarmos. E podemos fazer isso agora. A história, a fé e a razão mostram o caminho”. Para ele, “sem união não há paz. Só ressentimento e medo”.
Entretanto, logo após a posse, Biden twittou que “não há tempo a perder quando se trata de enfrentar as crises que confrontamos. É por isso que hoje estou indo para o Salão Oval para começar a trabalhar, entregando ações ousadas e alívio imediato para as famílias americanas”.
RELAÇÃO BRASIL E EUA
Para o professor de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Juliano Cortinhas, a vitória de Biden nos Estados Unidos representará mais pragmatismo na relação entre os dois países e mais cobrança em relação a temas como o meio ambiente e direitos humanos.
“O pragmatismo me parece, do lado dos Estados Unidos, que será a palavra chave para a gente entender como eles vão olhar o Brasil. O Brasil está longe de ser prioridade para os Estados Unidos e vai continuar longe de ser. E certamente haverá muito mais cobranças em relação ao meio ambiente e em relação a direitos humanos.”
Para Cortinhas, o Brasil precisa fazer a “lição de casa” para mostrar ao governo Biden que é um país importante com o qual os EUA tem interesse e legitimidade para negociar. “Hoje o que eu vejo nessa relação bilateral será muito mais [de] cobranças vindas de lá. O foco [tende a ser] nos grandes parceiros dos Estados Unidos, [como] China, União Europeia principalmente, e outros países com os quais eles têm parcerias mais estratégicas.” Para o professor, o Brasil terá um cenário diferente e mais difícil pela frente.
* Com informações da Agência Brasil
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