22/08/2023
Agronegócio

Estiagem provoca quebra de até 100% da safra na região de Laranjeiras do Sul

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Laranjeiras do Sul – A estiagem está sendo apenas o “pano de fundo” para uma situação difícil que vem sendo enfrentada por agricultores do município e da região.
Somando prejuízos, não há como quitar as dívidas.
Em Laranjeiras do Sul, segundo o Departamento de Economia Rural , o Deral, em novembro e dezembro do ano passado foram 40 dias de seca na região, época em que as lavouras estavam nas fases de floração e frutificação.
“As perdas foram irreversíveis, o que antevê um cenário de preços inferiores aos custos de produção, com a crise internacional”, avaliou o vice-presidente da Coprossel, Valério Sarvacinski.
Algumas lavouras têm perda total e o feijão foi a cultura até agora mais atingida com a falta de chuvas. A quebra na produção pode chegar a 25,5% da safra estimada, segundo a Coprossel.
A Cooperativa estima ainda que o custo da plantação de uma safra de milho de alta tecnologia gira em torno de 300 sacas por alqueire, enquanto que a produção está com estimativa de 150 sacas por alqueires para a colheita. “O prejuízo deve ficar entre 50% a 70%”, acredita Valério.
As estimativas da Emater para a safra de feijão traçam um cenário ainda pior. “A seca afetou de um modo geral e mesmo que volte a chover as lavouras em desenvolvimento já foram prejudicadas. A perca foi de 70% a 100% na safra de feijão”, avalia o chefe da Emater Joaquim Grzybowski.
Uma das propriedades mais atingidas foi em Colônia Santo Antonio. O agricultor Zelindo Guerra relata que plantou 20 alqueires de milho, mas a quebra na produção devido a estiagem, foi de 70%. “Acionei o seguro agrícola para os procedimentos, porque financiei a lavoura e preciso pagar”, lamenta.
Outra propriedade atingida com danos significativos foi a de Célio Bechi Dapont, em Alto São João. Conforme informações de seu filho, Rogério Dapont, foi bem precária a produção, pois a falta de chuva causou uma perca de 75% na safra.
Ainda não há previsão quanto a safra de soja , mas o setor acredita que a região Sul perderá entre 12 a 15 milhões de toneladas na produção de grãos da safra 2008/2009. “Ainda temos a safrinha que inicia a plantação neste mês de janeiro. Esta é uma alternativa, mas dependemos das condições climáticas para obter melhor produtividade”, conclui Sarvacinski.

Seguro agrícola
Amargando prejuízos a saída é buscar o seguro agricola. Segundo o presidente da Crehnor, Laureci Coradace Leal, a demanda está grande e já começou em dezembro de 2008. “Os agricultores estão acionando o seguro agrícola. A partir disso, o fiscal efetua a vistoria e faz o relatório da safra prejudicada. Então enviamos à Superintendência e passará pelo aval do Banco Central, que concluirá o processo decorrente aos danos catastróficos, para subsidiar e garantir a estabilidade aos agricultores”.
O conselheiro do Condetec, Osair Wrublak, ressalta que todos os produtores devem acionar o seguro, uma vez que o prejuízo também afetou a pecuária por causa das pastagens que secaram deixando os rebanhos de corte e leite sem alimentos. “Os agricultores devem procurar as agências financeiras onde obtiveram o financiamento das suas lavouras para que tenham sustentação econômica e não ocorram casos de inadimplência, dificultando o crédito futuro”, afirmou.

Com informações do Jornal Correio do Povo

Cristina Esteche

Jornalista

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