22/08/2023
Cotidiano

Jovens têm na dança uma arma contra drogas e violência

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Guarapuava – Giros de corpo com a cabeça no chão, saltos, chutes, balanço para as laterais do tronco e nos ombros ao velho estilo “break” de Michael Jackson são movimentos que compõe o “street dance” ou dança de rua.
Esse estilo de dança que tem origem dentro da cultura negra americana foi o escolhido por Luiz Rafael, Pedro, Alyson, Hallison, Eduardo, Guilherme, Rafael, Marissa, Mariely, Kamila, Daiane e Luana que formam o grupo Frezzy´s, cujo nome foi inspirado num dos passos final da coreografia, segundo explicam os dançarinos.
A dança se desenvolve através de movimentos coordenados e harmoniosos, o que faz do corpo uma forma de comunicação. Os dançarinos do Frezzy´s se propuseram a levar esta comunicação em um projeto que tem como objetivo dizer não às drogas e à violência. Eles já visitaram quatro escolas e 19 colégios. “Não levamos só a dança, mas uma consciência centrada contra às drogas, à violência e também o incentivo para que estudem, não faltem às aulas”, ressalta o líder do grupo, Luiz Rafael Merchiori.
Os integrantes querem mostrar que jovens que usam roupas largas devem saber o que é certo e o que é errado para o seu corpo e mente. “Quem usa calça larga, brinco, boné pode ser olhado com outros olhos”, diz o dançarino referindo-se ao preconceito e à discriminação a partir da aparência e do estilo de vida. “O que queremos é reverter isto. Mostrar que somos do bem e queremos levar as melhores mensagens”, afirma.
Vindos de alguns bairros da cidade, os amigos reúnem-se diariamente para os ensaios no salão social da comunidade Perpétuo Socorro, no Bairro Cupertinópolis. Os 12 integrantes estão há dois anos com o grupo de dança. “Começamos em cinco pessoas e ensaiávamos na churrasqueira lá de casa”, lembra Luiz Rafael, que mora no Alto na XV.
Os ensaios duram em média três horas. “A nossa última coreografia tem 24 sequências de oito passos”.
Os exercícios diários trabalham o corpo dos dançarinos. Pedro Paulo Passos, 19, que está apenas há cinco meses no Frezzy´s revela a mudança. Segundo ele, a sua disposição é outra, além de já ter dado uma boa definição nos seus músculos. “Queima calorias e modela o corpo”, diz o operador de caixa.
Como todo esporte, os dançarinos também correm o risco de contusões. Pedro lembra ter deslocado o ombro fazendo um “flair aéreo”. “Um roxo ou uma dorzinha de vez enquando compensam. É muito bom ouvir: ele dança bem”, afirma o dançarino.
Para estarem entenados com o que acontece no mundo do “street dance” acompanham sites nacionais e internacionais. “Ficamos ligados nos campeonatos mundiais pela internet e vamos inovando as nossas coreografias”, conta Luiz Rafael. E como todo grupo de dança, revelam que a inspiração vem de um grupo japonês chamado Mortal Combate. “Eles são os melhores”, ressaltam.

Cristina Esteche

Jornalista

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