22/08/2023
Segurança

Autora do crime contra Jéssica depõe no Fórum e confirma o que disse à polícia

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A autora dos golpes de faca que mataram a adolescente Jéssica Borodiack dos Santos, N.S, 15 anos, prestou depoimento na 2ª Vara Criminal de Guarapuava. Ela confirmou o que disse à polícia, voltando a assumir a culpa e isentando as outras duas adolescentes e o namorado Altevir Adão dos Santos, 20 anos, envolvidos na briga. As outras adolescentes já se encontram na Delegacia de Menores no Bairro Tarumã em Curitiba.

 

N.S. compareceu ao Fórum na tarde de ontem, terca-feira (06) acompanhada pelos pais, Leovina e Pedro Stefaniack dos Santos, moradores no Industrial Xarquinho. De acordo com o advogado de defesa, Miguel Nicolau Junior, a menina chorou ao relembrar como tudo aconteceu e disse que nenhum dos três envolvidos sabia que ela tinha uma faca. Confirmou também que não tinha a intenção de matar Jessica, apenas assustá-la. “A N.S disse que foi tudo muito rápido e que desferiu os golpes após ter sido empurrada por Jéssica”, afirmou o advogado. A adolescente foi convocada para a briga por D.A, irmã de Altevir.

 

A mãe da autora do crime também foi ouvida pela juíza Rafaela Zarpelon e pela promotora Luiza Helena Nickel. Contou que a filha é uma menina tranqüila, obediente e que a ajuda nos afazeres domésticos. “Ela fez um bolo antes de sair para a briga”, afirma Miguel Junior.
N.S. retornou à Cadeia Pública de Guarapuava e deverá ser encaminhada a um educandário. De acordo com o delegado–adjunto da 14ª Subdivisão Policial, Alisson Henrique de Souza já foi expedido um mandado de internação e a menina está à disposição da Vara da Infância e Juventude. Se for condenada poderá cumprir pena entre 1 e 3 anos.

 

Segundo Miguel Nicolau Junior, Altevir também será ouvido em juízo e poderá ser denunciado por omissão já que presenciou a briga e não fez nada para impedir e ainda fugiu junto com a namorada. Alisson, porém, tem outro entendimento e acredita que Altevir e a namorada foram até o local do crime com tudo planejado. Por isso, poderá ser condenado por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil impossibilitando a defesa da vítima e ainda por corrupção de menor. Ele irá a júri popular. O delegado deve ouvir mais três testemunhas e tem 10 dias para concluir o inquérito.

 

Miguel Nicolau Junior acredita que J. M.P, que é sua cliente, poderá ser liberada já que não participou em nenhum momento da briga. Disse também que os pais de Altevir e D.A.N nunca compareceram à delegacia para saber dos filhos. Ambos estão sem advogado de defesa.

Cristina Esteche

Jornalista

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