22/08/2023
Agronegócio

Promessa não cumprida pelo governo provoca greve na Seab

Os servidores do Núcleo Regional da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB) em Guarapuava e outros 12 municípios da região continuam em greve. O movimento foi deflagrado há cerca de 15 dias com um dia de advertência. Como não houve nenhuma proposta por parte do governador Beto Richa, a greve começou quarta-feira (30), sem prazo para acabar.

O que os servidores reclamam é a falta de equiparação salarial entre a categoria. É que em janeiro deste ano o Governo do Estado criou a Adapar (Agência de Defesa Sanitária do Paraná), remanejando parte dos funcionários da Seab, aqueles que trabalhavam no Departamento de Fiscalização (Defis), para o novo órgão. Esses servidores passaram a receber gratificação, mas os que continuam lotados na Secretaria não recebem nenhum adicional. Outra reclamação é que a Adapar prevê a contratação por concurso público de 1,2 mil funcionários, número considerado muito acima da capacidade prevista pela SEAB, que não tem concurso previsto para renovação de seu quadro.

De acordo com representantes do Sindicato dos Funcionários da SEAB em Guarapuava, o Governo do Estado se comprometeu ainda em junho de 2011, quando foi enviada a proposta de criação da Adapar, a implantar a gratificação para os demais servidores, tendo sido negociados valores em comum acordo.

Passado esse tempo, a Adapar foi concretizada e a promessa da equiparação com os demais servidores não foi cumprida. Os servidores excluídos entendem que suas funções de prestação de serviços à agropecuária paranaense são tão importantes quanto os demais beneficiados.

Os servidores lembram que em 68 anos de existência, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e seus servidores agiram para fortalecer a agropecuária do Estado. Hoje, a produção de alimentos ocupa lugar de destaque no cenário nacional, alternando entre a primeira e segunda colocação na produção de alimentos do País. Os servidores da Seab e das seis empresas vinculadas como Emater, Iapar, Codapar, Claspar, Ceasa e CPRA atuam em parceria na prestação de assistência técnica e extensão rural, no desenvolvimento de pesquisas agropecuárias voltadas à melhoria da produtividade; no fomento da produção agropecuária; na classificação de produtos; executam as políticas de abastecimento e promovem pesquisa e capacitação, voltados ao desenvolvimento de modelos agrícolas sustentáveis.

Os servidores entendem que foram essas as políticas públicas que contribuíram para a pujança do Paraná na área agrícola. Hoje, ocupando apenas 2,3% do território brasileiro produz 20% da produção nacional de alimentos, é o segundo maior exportador de produtos da agropecuária brasileira, é a quinta economia do País e responde por 6,1% do PIB nacional, com R$ 252 bilhões.

No estado, a agropecuária paranaense é responsável por 35% do PIB. É o maior produtor de grãos do País com uma pauta diversificada, sendo o primeiro produtor de milho, trigo, feijão, aves e casulos do bicho da seda; o segundo maior produtor de soja, cana-de-açúcar e mel e o terceiro maior produtor de carne suína e ovos. “Nesse contexto e desempenhando importante papel, encontra-se a Seab, instituição líder do Sistema Estadual da Agricultura”, dizem os sindicalistas.

Cristina Esteche

Jornalista

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