22/08/2023
Segurança

Presos do semiaberto de Guarapuava ganham sala para aprender a ler e escrever

Para melhorar as condições de ressocialização aos presos, foram implantadas 29 salas de alfabetização em 16 das 26 unidades sob responsabilidade do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen). Levantamento feito pela Secretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos identificou 614 analfabetos absolutos e funcionais entre os mais de 15 mil detentos sob sua custódia.

As salas foram implantadas pela Coordenação de Educação e Qualificação Profissional, da Secretaria da Justiça, em conjunto com os Centros de Educação Básica de Jovens e Adultos – Ceebja. A coordenadora Claudia Cristina Muller explicou que os presos já estão em aulas e a meta é que eles possam concluir o ensino básico até o final do ano. As salas funcionam dentro das unidades penais e em cada uma estudam, em média, de 15 a 20 presos.

Apenas na Penitenciária Estadual e no Centro de Regime Semiaberto de Ponta Grossa não existiam analfabetos, na época do levantamento. Para determinar o número de salas e em que unidades seriam instaladas, foi levado em consideração o número de alunos. O Conselho de Movimentação de Presos, do Depen, providenciou a transferência, dentro das condutas de segurança, dos poucos analfabetos que estavam em uma unidade, para outra, a fim de melhorar o aproveitamento do espaço físico e dos recursos pedagógicos.

A Penitenciária Feminina do Paraná, a Colônia Penal Agroindustrial, a Casa de Custódia de São José dos Pinhais, o Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava e as duas Penitenciárias Estaduais de Foz do Iguaçu ficaram com uma sala cada. Na Penitenciária Central do Estado, nas Penitenciárias Estadual e Industrial de Cascavel, na Penitenciária Industrial de Guarapuava e nas Penitenciárias Estaduais de Maringá e de Francisco Beltrão existem duas salas cada. No Complexo Médico Penal são três salas e nas Penitenciárias Estaduais de Londrina existem quatro salas em cada uma.

A partir deste levantamento, o Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT), unidade responsável pelo recebimento de presos, passou a identificar aqueles que não sabem ler ou escrever e encaminhar às unidades onde estão instaladas as salas de alfabetização. “Até o fim de nossa gestão, esperamos ter 100% dos custodiados com, no mínimo, a escolarização básica”, reforça a secretária da Justiça, Maria Tereza Uille Gomes.

MONITORIA

Foi instalado na Casa de Custódia de Londrina um Sistema de Monitoria, onde presos “monitores” dão aulas aos analfabetos nas celas, orientados por professores. Esse sistema faz parte do Programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação, que, em parceria com o Ministério da Justiça, vai permitir o pagamento de bolsa-benefício aos presos que atuam como alfabetizadores. O programa fornece material escolar, livros e merenda a todos os alunos e, também, realiza testes cognitivos no início e no fim do curso, que tem duração média de seis meses. Em breve o sistema de monitoria será estendido às demais unidades que possuem as salas de alfabetização.

Todo esse trabalho de implantar as salas de alfabetização estava previsto no Plano Diretor da Secretaria e atende os objetivos do Programa de Desenvolvimento Integrado – PDI Cidadania, que prioriza a promoção da educação formal e a erradicação do analfabetismo nas unidades penais do Paraná.

Cristina Esteche

Jornalista

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