22/08/2023
Cotidiano

Sesi divulga diagnóstico de saúde e estilo de vida do trabalhador

Curitiba – Mais de 34.400 industriários de 208 empresas do Estado responderam questionários sobre doenças não transmissíveis e hábitos saudáveis. O projeto é do Sesi Nacional e em todo o Brasil alcançou 355.858 trabalhadores, de 2.463 empresas
O Serviço Social da Indústria (Sesi) do Paraná divulgou nesta semana os resultados do Diagnóstico de Saúde e Estilo de Vida do Trabalhador da Indústria, um levantamento feito a partir de aplicação de questionários e exames, que envolveu 34.453 industriários do Estado. Entre outros dados, o Diagnóstico mostra que 9,7% dos participantes estão obesos, 27,2% tiveram medida de pressão arterial alterada (sendo que destes a maioria não tinha diagnóstico médico) e que 14,3% têm indícios de transtornos de depressão e ansiedade.
Projeto do Sesi Nacional, desenvolvido pelos departamentos regionais da entidade de todos os Estados, o Diagnóstico de Saúde e Estilo de Vida do Trabalhador envolveu em todo o País 355.858 trabalhadores de 2.463 indústrias. O trabalho foi motivado pelo gradativo crescimento, nos últimos anos, dos custos de saúde das empresas brasileiras. Isso se deve ao baixo investimento em ações para prevenir doenças não transmissíveis, que resultam em aumento de faltas no trabalho. Dados da consultoria Watson Wyatt estimam crescimento entre 8% e 10% ao ano nos custos com assistência médica.
O objetivo do Sesi é propor soluções adequadas à necessidade de cada empresa. A partir dos resultados, a entidade poderá definir prioridades e oferecer soluções sustentáveis e efetivas, como a reorganização dos serviços e benefícios, o que contribuirá para o aumento da produtividade industrial.
No Paraná, o levantamento teve início em novembro de 2007 e até o dia 9 de fevereiro de 2009 já envolvia 34.553 trabalhadores, de 208 empresas. A maioria delas já recebeu relatório sobre sua situação, em particular. O levantamento continua sendo realizado, junto a indústrias de todas as regiões do Estado.
Para o diagnóstico foram levantados dados sócio-demográficos, estilo de vida (atividade física, alimentação, consumo de álcool e tabagismo), presença de doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão, diabetes, obesidade e câncer), avaliação da qualidade de vida, presença de distúrbios de ansiedade e depressão, detecção de obesidade, medida da pressão arterial, da glicemia (quantidade de açúcar no sangue) e exame odontológico. Os trabalhadores responderam a 90 perguntas, cujas respostas foram coletadas por meio de entrevista.
No que se refere às Doenças Não-Transmissíveis, além de obesidade, alteração de pressão e indícios de transtornos de depressão e ansiedade, os dados do Paraná apontam que dos 34.453 trabalhadores participantes, 12,2% têm problema de coluna; 6,6% têm hipertensão; 6,2% têm tendinite ou Lesão por Esforço Repetitivo (LER); 1,9% têm diabetes e 1,4% têm doença renal.
Em relação ao estilo de vida, o Diagnóstico demonstra que mais da metade dos trabalhadores participantes (54%) não consome frutas e verduras diariamente; 5,3% consomem sal em excesso e 41,1% consomem refrigerantes mais de três vezes por semana. Além disso, 35,7% não praticam atividade física suficiente para beneficiar a saúde; 32,1% não praticam atividade física no lazer; 9,6% são fumantes e 1,2% consomem bebidas alcoólicas em excesso.
Entre os participantes, 12,9% não consultaram o médico e nem o dentista nos últimos 12 meses; 7,7% não mediram a pressão arterial nos últimos dois anos e 20,4% não possuem plano de saúde. Questionados quanto à ausência no trabalho, 36,1% relataram um dia de absenteísmo devido a problemas de saúde e 14,83% por acidente de trabalho.

Cristina Esteche

Jornalista

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