22/08/2023
Geral

Corpo leva uma semana para se adaptar ao fim do horário de verão

O domingo do guarapuavano começou uma hora mais tarde. O café da manhã, o horário do almoço, tudo foi mais tarde.

"A gentes estava acostumada com o horário de verão e isso ingluneciou no organismo. Por isso, atrasamos as refeições", disse Olinda Ferreira, enquanto fazia compra numa dos supermercados da cidade.

"Não sei se dormi mais, o que aconteceu que ainda estou zonzo, não acordei direito", disse  Murilo Amaral, que também estava em busca de ingredientes para o almoço.

Um dos jornalistas da REDE SUL DE NOTÍCIAS  tinha uma entrevista marcada para as  10h30. Chegou no horário certo, mas o entrevistado já havia ligado pensando que o compromisso não seria cumprido, quando foi lembrado que o horário de verão acabou à zero hora.

Mas não são apenas esses efeitos de  atraso de agenda que influenciam no comportamento das pessoas. Segundo o neurologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Raimundo Nonato Delgado Rodrigues,  em entrevista à Agência Brasil, os impactos do fim do horário de verão sobre a saúde da população são menores do que quando ele começa. O corpo deve se habituar à mudança gradualmente e, no período de adaptação, que deve durar em torno de uma semana, as pessoas tenderão a acordar mais cedo e vão sentir sono mais cedo à noite. “O ideal seria aos poucos fazer com que o sono fosse atrasado, de forma que a pessoa acordasse um pouquinho mais tarde”.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), neste ano o horário de verão gerou uma economia de 4,5% no período de pico (entre as 18h e as 21h) nos estados em que foi implementado. A mudança é adotada todos os anos no país para aproveitar melhor a luminosidade do dia nesta época do ano, reduzindo o consumo de energia nos horários de pico e evitando o uso de energia gerada por termelétricas, que é mais cara e mais poluente do que a gerada pelas hidrelétricas.

Para o neurologista, o horário de verão é um atentado à saúde das pessoas. “Perder uma hora de sono pode parecer pouco, mas o cérebro sente muito mais do que podemos imaginar, não só em termos de cansaço, mas também na alteração na produção hormonal e na fragmentação do sono”, aponta. Se o débito de sono for muito acumulado, as pessoas podem correr riscos, principalmente na hora de exercer atividades que necessitem de vigília, como dirigir ou operar máquinas.

O horário de verão começa sempre no terceiro domingo do mês de outubro e encerra no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte.

Com Agência Brasil

Cristina Esteche

Jornalista

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