22/08/2023
Segurança

Julgamento dos acusados do massacre no Carandiru começa hoje

Vinte anos depois no massacre no Carandiru, 26 policiais militares da ativa/aposentado e autoridades públicas do Estado que participaram do crime começam a reconstruir as versões do crime. Nesta segunda-feira (08), a acusação apresenta crime sem chance de defesa às vítimas e defesa alega cumprimento a ordens de superiores.

A assessoria de imprensa do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) informou que 24 réus compareceram ao Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste de SP). A identidade dos ausentes não foi informada nem o motivo das ausências. Os acusados não são obrigados a comparecer ao julgamento.

O episódio, classificado pela OEA (Organização dos Estados Americanos) em 2000 como massacre, aconteceu na extinta casa de detenção do Estado em 2 de outubro de 1992. Ao todo, 111 presos morreram e 87 ficaram feridos. O saldo final não teve PMs mortos, mas 22 homens da corporação se feriram.

O julgamento foi dividido em quatro partes pelo juiz do Fórum de Santana (zona norte de SP), José Augusto Nardy Marzagão, designado para o caso, a fim de que os jurados possam analisar o fato conforme a ordem de entrada dos PMs nos pavimentos em que as mortes ocorreram. Assim, os 26 réus de agora respondem por homicídio qualificado por 15 assassinatos no segundo pavimento do pavilhão, equivalente ao térreo.

Para evitar a imprensa, os 24 réus entraram pela porta dos fundos do fórum e a previsão é que essa etapa do julgamento dure duas semanas.

Cristina Esteche

Jornalista

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