22/08/2023
Saúde

Déficit de médicos em Guarapuava é de 8 a 14 para postos de saúde, diz secretário

A saúde pública de Guarapuava tem um déficit entre oito a 14 médicos na rede municipal para atendimento nos postos de saúde. A informação foi prestada pelo secretário municipal de Saúde, Stefan Wolanski  Negrão que encontra-se em Brasília participando do Congresso Nacional de Secretários Municipais de Saúde. O evento começou no domingo (07).

Stefan, que participou do lançamento do programa Mais Médicos, feito pela Presidente Dilma Rousseff, na tarde dessa segunda-feira (08), disse que perante outros municípios brasileiros a situação de Guarapuava é confortável. “A falta de médicos é uma realidade nacional. Ouvi o ministro da educação, Aloisio Mercadante dizer que, apesar do Brasil ser o segundo país no mundo em número de cursos de medicina, poucos conseguem concluir o curso. Há municípios onde existem menos de um médico para cada mil habitantes”.

Em Guarapuava a falta de médicos impede que um profissional atenda em período integral nos postos. “Hoje eu preciso remanejar o médico que atendeu pela manhã num posto para outra unidade durante a tarde e isso não é correto. Se alguém entra em férias eu não tenho reserva. Tenho que tirar um médico daqui para cobrir ali”.

Conversando com outros secretários municipais Stefan constatou que no setor de especialidades Guarapuava também está coberta. “Hoje temos a maioria das especialidades oferecidas no Cisgap (Consórcio Intermunicipal de Saúde de Guarapuava). Só não oferecemos atendimento nas especialidades cujos profissionais não atuam no município”.

Para o secretário, o anúncio feito pela presidente de que Guarapuava terá um curso de medicina o deixou entusiasmado. “Pela primeira vez eu vi Guarapuava ser colocada no mapa e isso me animou muito e tive a certeza de que o curso vai ser implantado no município”.

O anúncio feito pela presidente faz parte do Programa Mais Médicos, que prevê a contratação de médicos para atuar na saúde básica em municípios do interior e na periferia das grandes cidades. O programa será criado por medida provisória assinada nessa segunda-feira pela presidente e regulamentado por portaria conjunta dos ministérios da Educação e da Saúde.

 

Editais

Para preencher as vagas, o governo vai lançar três editais: um para atração de médicos, outro para os municípios que desejam receber os profissionais e um terceiro para selecionar as instituições supervisoras.

A quantidade de vagas só será conhecida depois que os municípios apresentarem suas demandas, mas o governo estima que o número chegue a 10 mil.

De acordo com a Agência Brasil, o edital para médicos estará aberto a profissionais formados no Brasil e graduados no exterior, inclusive estrangeiros. As vagas serão ocupadas prioritariamente por médicos brasileiros, e os estrangeiros terão de comprovar conhecimento em língua portuguesa e passar por um curso de especialização em atenção básica. Os profissionais receberão bolsa federal de R$10 mil mensais, com jornada de 40 horas semanais.

Os médicos estrangeiros ficarão isentos de participar do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida) e terão apenas registro temporário, para trabalhar no Brasil por período máximo de três anos e nos municípios para os quais forem designados. Os profissionais serão supervisionados por médicos brasileiros.

Os municípios terão que oferecer moradia e alimentação aos médicos, brasileiros ou estrangeiros, além de investir na construção, reforma e ampliação de unidades básicas.

A contratação de médicos integra o pacote de medidas para a saúde, lançado por Dilma no fim de junho em resposta às manifestações que pediam melhoria nos serviços públicos do país. O pacto pela saúde também prevê investimentos de R$15,8 bilhões para construção e melhoria de hospitais, unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e unidades básicas de Saúde.

Cristina Esteche

Jornalista

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