22/08/2023
Segurança

Rodízio de policiais no Gaeco vai prejudicar investigações, diz promotor

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O rodízio bi anual de policiais militares no Gaeco (Grupo de Atuação  Especial e Combate ao Crime Organizado) vai prejudicar invariavelmente as investigações e o andamento dos trabalhos. A preocupação é do coordenador do Gaeco em Guarapuava, o promotor Vitor Hugo Nicastro Honesko.

A proposta de rodízio foi feita pelo secretário estadual de Segurança Pública, Cid Vasquez  e contraria o artigo 2º  em seu parágrafo 4º  do decreto editado pelo governador Beto Richa em 1º de março de 2012.  A medida da SESP  prevê também que  os policiais serão indicados pela própria secretaria. De acordo com Vitor Hugo,  a relação entre os policiais e o MP é de “extrema confiança”, pois requere investigações de casos complexos e não pode ser alterada.  “Após muitas negociações envolvendo o vice governador  (Flavio Arns) ficou acordado de que os policiais que integrarão o Gaeco serão indicados pelo Ministéro Público  que é quem coordena o Gaeco. Precisamos conhecer e avaliar  o perfil  dos policiais que vão trabalhar no Gaeco”.

A rotatividade prevista pela Sesp é outro fator que preocupa. Em Guarapuava, o Gaeco será mexido na “espinha dorsal” que é o tenente Marcelos Veigantes , coordenador operacional do Grupo. “O tenente Veigantes é um dos policiais que tem mais tempo de serviços prestados ao Gaeco em Guarapuava e é quem coordena todas as investigações. Trabalhamos no combate ao crime organizado onde, além de complexo, não se faz uma investigação da noite para o dia." Podendo levar anos de investigação para desmantelar uma quadrilha, o rodízio tira um policial envolvido no caso para colocar outro que entra na operação sem conhecimento do caso. “Essa situação deixa tudo muito complicado. Esse rodizio é imprensado e está sendo imposto de cima para baixo, sem nenhum consulta”. O novo sistema da Sesp deve começar a vigorar ainda em setembro de 2013.

Além dessas complicações, o Gaeco de Guarapuava se ressente com a falta de um delegado. O último na função foi Italo Biancardi Neto que saiu há dois anos para assumir a chefia da 14ª Subdivisão Policial e hoje está na Corregedoria da Polícia Civil. “Depois disso não tivemos substituto”, diz o promotor.
 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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