22/08/2023
Geral

Cursos técnicos do Governo do Estado formarão 15 mil profissionais neste ano

As empresas brasileiras sofrem para encontrar pessoas qualificadas para preencher as vagas de emprego. Isso é o que aponta a pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 1.761 empresas brasileiras. Uma das conclusões do estudo “Sondagem Especial – Falta Trabalhador Qualificado na Indústria” é que os cursos técnicos profissionalizantes podem resolver esse gargalo de falta de mão de obra qualificada. 

No Paraná esse caminho é traçado com a ajuda da Secretaria de Estado da Educação. No final deste ano, aproximadamente 15 mil estudantes vão se formar nos cursos técnicos ofertados gratuitamente pelo Estado. 

Atualmente os jovens encontram 55 opções de cursos profissionalizantes em 355 escolas estaduais do Paraná. Nesta página www.educacao.pr.gov.br/cursostecnicos o estudante encontra todas as opções de cursos. Todos são gratuitos e oferecem estágios para encaminhar os estudantes ao mercado de trabalho. 

“A formação técnica profissionalizante é uma grande oportunidade para os jovens entrarem no mercado de trabalho. Na nossa rede estadual são encontrados cursos voltados às maiores demandas da indústria. Além dos laboratórios bem equipados, os estudantes têm aulas com professores preparados para orientá-los nas aulas práticas”, afirmou o secretário da Educação e vice-governador Flávio Arns. 

O Departamento de Educação e Trabalho (DET) conta com 83.827 estudantes matriculados em cursos técnicos profissionalizantes. Muitos jovens fazem o Ensino Médio integrado com cursos técnicos. Dos 354.536 estudantes do Ensino Médio matriculados na rede estadual, 31.229 fazem a modalidade integrada, cursos profissionalizantes junto com o Ensino Médio. 

De acordo com a pesquisa da CNI, a falta de mão de obra qualificada pode ser resolvida com esse tipo de formação. Jovens que saem do ensino médio já preparados para entrar no mercado de trabalho. O estudo mostra que a média nacional de estudantes que fazem cursos profissionalizantes ao mesmo tempo em que o ensino médio é menos que 7%. 

No Paraná essa média está em 8,8%, uma das maiores do Brasil. Os cursos técnicos na modalidade integrada, junto com o ensino médio, têm duração de 4 anos e são direcionados para alunos que saíram do Ensino Fundamental. Além dessa modalidade, a Secretaria da Educação oferece outras duas categorias de cursos técnicos profissionalizantes. 

O Subsequente ao Ensino Médio, com duração de 1 a 2 anos para os estudantes que já completaram o Ensino Médio e o Proeja (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos). Essa modalidade tem duração de 3 anos e é voltada à pessoas com mais de 18 anos e que ainda não iniciaram o Ensino Médio. 

“Em termos de estrutura de cursos e oferta de opções para os estudantes, o Paraná está atrás apenas de São Paulo e Bahia. O nosso Estado oferta cursos gratuitos à população na rede estadual de ensino”, afirmou a diretora do Departamento de Educação e Trabalho, Fabiana Campos. 

MUDANÇA DE VIDA

O curso técnico em Enfermagem foi a oportunidade para Danúbia Carla Nascimento, de 29 anos, mudar de vida. Ela estuda no Colégio São Pedro Apóstolo, no bairro Xaxim, em Curitiba, e está conquistando um sonho de infância. Danúbia está terminando o curso de 2 anos na modalidade subsequente. 

Desde a primeira semana de curso ela faz estágios na área, sempre supervisionada por professoras. Os estágios são feitos no Hospital do Trabalhador e na Unidade de Saúde Eucaliptos, no Alto Boqueirão. “A minha intenção era fazer uma faculdade de enfermagem, mas essa é uma faculdade cara. Daí descobri esse curso gratuito. Fiz a inscrição e comecei a fazer o curso. A enfermagem sempre foi meu sonho, desde pequena”, explicou Danúbia. 

A estudante viu uma faixa em frente ao colégio sobre as matrículas abertas para os cursos técnicos. “Ali passam vários ônibus e geralmente vêm pessoas de áreas bem distantes do colégio. Tenho uma colega do curso que vem lá de Borda do Campo, de São José dos Pinhais, para estudar na escola”, disse Danúbia. 

Ela quer se formar para fazer um concurso público na área da enfermagem. “Se não fosse esse curso do estado eu teria que pagar um curso particular. Isso facilitou bastante. Antes de começar o curso eu era supervisora de uma empresa de telemarketing. Larguei o emprego para fazer o curso, mas não me arrependo nem um pouco. Estou correndo atrás do meu sonho”, afirmou a estudante. 

A professora Telina Bello de Goes, supervisora de estágios do Colégio São Pedro Apóstolo, afirma que as estudantes sempre são acompanhadas nos estágios. “Os alunos têm a teoria na sala de aula e passam para a fase do estágio onde sempre são acompanhados por um responsável técnico. As turmas que estão se formando já conseguem atuar em campo junto com os funcionários”, disse a professora. 

NO ESTADO

Em todas as regiões do Paraná os estudantes têm opções de cursos técnicos, pois escolas de cidades polo, como Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu, recebem alunos de municípios próximos. A Educação Profissional já está presente em 46% das cidades paranaenses. Número que deve ser expandido em 2014, com a criação de novos cursos em outras cidades. 

O Departamento de Educação e Trabalho (DET) segue vários critérios para criar novos cursos, como por exemplo ver se existe demanda nos setores produtivos da região pela mão de obra que o curso vai formar. É feita uma avaliação socioeconômica da região. 

Outras secretarias estaduais também participam desse levantamento, como a Indústria e Comércio, Planejamento, Fomento Paraná e Ipardes. 

BRASIL PROFISSIONALIZADO

Neste ano o Governo do Paraná está construindo e reformando 19 escolas de ensino médio que oferecem, também, cursos profissionalizantes. São 17 obras de ampliação e duas novas escolas estão sendo construídas: os Ceeps de Ibiporã e de Campo Largo com capacidade para 1.200 alunos cada um. O investimento em cada um dos Ceeps é de R$ 9 milhões. 

REDE TÉCNICA

O Governo do Paraná está triplicando a rede de centros de educação profissional. O número de escolas passará de cinco para 18, abrindo mais de 20 mil vagas em cursos técnicos com ensino médio. Os cursos são decididos conforme a demanda socioeconômica das regiões.
 

Cristina Esteche

Jornalista

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