22/08/2023
Saúde

Saúde: evolução tecnológica a serviço da vida

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Nos últimos anos, a tecnologia tem sido utilizada com maior eficiência em tratamentos de saúde, principalmente nos casos de alta complexidade. Nesse contexto, a área que mais evoluiu tecnologicamente foi a cardíaca. Com a utilização de equipamentos de ponta, na maioria dos casos, os pacientes que sofrem intervenções cirúrgicas têm resultados tão positivos que chegam a duvidar que estavam infartados, pois deixam o hospital pouco após o trabalho médico e não têm complicações ou dores depois da cirurgia.

De acordo com o médico Stefan Wolanski Negrão, responsável pelo setor de Hemodinâmica do Hospital São Vicente de Paulo, em Guarapuava, as cirurgias cardíacas foram reduzidas em 75% desde 2005. “Essa redução ocorreu, principalmente, pelo desenvolvimento tecnológico. Para se ter uma ideia dessa evolução, enquanto as cirurgias cardíacas diminuíram 75%, as angioplastias praticamente triplicaram. Atualmente, 80% dos pacientes que passam pelo setor de Hemodinâmica do São Vicente realizam angioplastia e 20% troca de válvulas ou procedimentos de multilesões”.

O sucesso nas atuais angioplastias é tão alto que, segundo Stefan Negrão, o paciente deixa o hospital pouco tempo após o procedimento. “Muitos fatores estão fazendo com que as pessoas infartem cada vez mais jovens. Até 2000, a idade média de pessoas que sofriam infartes girava entre 55 e 60 anos. Atualmente, já atendi paciente infartado com 26 anos. As pessoas estão confiando muito na tecnologia e deixando os cuidados básicos de saúde de lado. O correto é cuidar da vida antes de sofrer um infarto, com alimentação balanceada, estilo de vida agradável, redução do estresse, enfim”.

O médico enfatiza que o ótimo resultado das intervenções cardíacas acaba fazendo com que o paciente relaxe e não tome os devidos cuidados. “Atendo cerca de 10 pessoas diariamente. Como o trabalho hoje não deixa sequelas ou causa dores nos pacientes, muitos chegam a duvidar que estivessem infartados. Antes, quando o peito era aberto e havia todo um processo de cuidados, as pessoas davam mais atenção ao coração. Hoje, com todo o procedimento feito através de uma pequena incisão no pulso, sem dor e de maneira rápida, o paciente fica acordado e conversando com o médico. Mas não pode haver uma banalização no atendimento cardíaco. Mesmo com toda a tecnologia, é cada pessoa que define como vai viver. O ideal é evitar o problema com cuidados básicos, mas, efetivamente, a tecnologia está a serviço da vida”.

Cristina Esteche

Jornalista

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