Por mais que eu tente entender algumas coisas, confesso que me sinto impotente, ou não. É claro que sei quais são os interesses que movem as iniciativas de cooptação, de concorrência, de segurar da maneira que dá para conter a evasão. Mas que é estranho, ah! Isso é.
Vou tomar como exemplo o “Carnaval Cristão”, já que estamos no último dia do reinado de Momo. Eventos como esse reúnem, principalmente, a juventude cristã que pula e dança numa festa de origem pagã. Não quero entrar no mérito de que nesses bailes não se consome bebida alcoólica, não há libertinagem e “fazer a cabeça” só se for com Jesus. Aliás, as bandas gospel que tocam músicas nos mais variados ritmos exaltam o ícone do cristianismo de todas as formas e cores.
De maneira alguma não sou contra essas manifestações. Pelo contrário. Mas o que me intriga é que por somente no Carnaval os cristãos abrem uma brecha e aderem a uma manifestação pagã? Por que não há essa tolerância durante os demais dias do ano, cada um respeitando a sua crença, a sua divindade, sem querer provar que o Deus cristão é superior aqueles que encontram-se dentro de quem preferiu seguir uma filosofia pagã?
Assim como o Carnaval de Cristo faz bem à juventude que optou por esse caminho e a deixa longe das festas, ditas, mundanas, acredito que aquele que optou pelo paganismo foi também porque encontrou algo de bom, que lhe faz bem, que o ajuda a servir a humanidade.
Só para constar: conheço inúmeras pessoas que seguem o paganismo e que são vegetarianas, abstêmias de álcool e de drogas.