22/08/2023
Esportes

Guarapuava sedia 1ª Etapa do Basquete sobre Rodas

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Fotos e texto: Lizi Dalenogari/Rede Sul de Notícias

De 16 a 18 de maio a Federação Paranaense de Basquete de Cadeira de Rodas irá realizar no Campus Cedeteg da Unicentro, em Guarapuava, a 1ª Etapa do Campeonato Paranaense de Basquete de Cadeira de Rodas. O evento que conta com apoio da Divisão de Projetos Esportivos da Universidade, receberá atletas de todo o Paraná. A abertura será no Ginásio de Esportes do Cedeteg, no dia 16, às 19h, com entrada franca. Os atletas guarapuavanos são conhecidos como os Lobos da Associação de Deficientes Físicos de Guarapuava – ADFG e Unicentro.

Neste sábado (26), um amistoso com a equipe dos Pinguins do Sul, de Pinhais, serviu para dimensionar a condição física da equipe e para avaliar e acertas erros, segundo a professora técnica dos Lobos/ADFG/Unicentro, Bruna Janaína Stevan. “No treinamento achamos que está tudo certo e é no amistoso que percebemos que não, que muita coisa precisa ser ajustada e este jogo foi muito positivo neste sentido”, destaca a treinadora que há 2 anos eleva a condição técnica dos Lobos.

O projeto desenvolvido na Unicentro faz parte do Esportes sem Fronteiras do Governo Federal e envolve diversos esportes, beneficiando inúmeros atletas guarapuavanos. A Unicentro disponibiliza para os Lobos toda a estrutura do Cedeteg para que possam treinar e não só. A equipe de educação física , nutrição e fisioterapia do Cedeteg dá todo o suporte que os Lobos precisam e para o presidente da ADFG José Acir da Luz, ala do time, isso tudo não tem preço. “O Cedeteg é show de bola. A Unicentro é nossa mãe, nossa maior incentivadora disponibilizando esta equipe carinhosa, esta estrutura incrível para levarmos nosso sonho adiante e muita ainda está por vir. Aguardamos o incentivo de outros órgãos e estamos abertos a parcerias”, convoca Acir.

Acir joga desde 1986 e é um dos ídolos do time para a nova turma que está iniciando. A ADFG tem a intenção de formar uma turma de iniciantes nos próximos meses com o apoio do Cedeteg. “Queremos muito montar um time de iniciantes porque temos bastante crianças na Associação que ficam ociosas em suas casas e isso aqui é qualidade de vida, é interação, socialização, é tudo de bom”, diz o ala dos Lobos.

André Balauf, 18 anos, joga basquete há 3 anos e compõe o time do Lobos. “Faço parte do time e sou muito feliz por estar aqui. Agora mais ansioso ainda por ter o campeonato prestes a começar e saber que seremos os anfitriões da 1ª  etapa do Paranaense. Muito orgulho disso tudo e contamos com o incentivo de nossa torcida”, diz André. Ele é um exemplo positivo para os novos integrantes como o capoeirista Gabriel Henrique Toledo Correa, 13 anos, que está motivadíssimo com o novo esporte. “Gosto de estar aqui e quero ser um jogador dos bons. Convido as crianças que estão ociosas em casa para virem treinarem com a gente. Não há limites quando se tem vontade!” , afirma o simpático Gabriel.

A necessidade imediata do time é a renovação das cadeiras que estão obsoletas e não são mais aceitas para jogos oficiais. “Precisamos de 10 cadeiras novas e estamos encaminhando um projeto para a secretaria de esportes do município solicitando este apoio. Contamos com ajuda de empresários, da comunidade. Recebemos todo o incentivo com muita alegria e queremos fazer bonito no campeonato paranaense e quem sabe, conseguir a vaga para o Brasileiro”, comenta Acir.

Para o técnico do Pinhais, Divino Aparecido Ramos, estar em Guarapuava foi um grande momento para seu time. “Um cidade calorosa, linda, que teremos a oportunidade de conhecer melhor durante o campeonato daqui há poucos dias. Todos estão de parabéns e os Lobos nos surpreenderam, são uma grande equipe”. Os Lobos venceram os Pinguins do Sul com o placar de 32×29.

Regras

A modalidade é praticada por atletas de ambos os sexos que tenham alguma deficiência físico-motora, sob as regras adaptadas da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). As cadeiras são adaptadas e padronizadas, conforme previsto na regra. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a bola. As dimensões da quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC).

História do Basquete sobre Rodas

O basquete em cadeira de rodas começou a ser praticado nos Estados Unidos, em 1945. Os jogadores eram ex-soldados do exército norte-americano feridos durante a 2ª Guerra Mundial. A modalidade é uma das poucas que esteve presente em todas as edições dos Jogos Paralímpicos. As mulheres disputaram a primeira Paralimpíada em Tel Aviv, no ano de 1968.

O basquete em cadeira de rodas foi a primeira modalidade paralímpica a ser praticada no Brasil, em 1958. Os principais responsáveis pelos primeiros passos foram Sérgio del Grande e Robson Sampaio. Nos II Jogos Parapan-americanos, em Mar Del Plata, em 2003, a seleção brasileira masculina conquistou uma vaga para Atenas 2004 retornando a uma edição de Jogos Paralímpicos após 16 anos de ausência. Já a seleção feminina participou apenas dos Jogos de Atlanta 1996. No Parapan do Rio de Janeiro, em 2007, o Brasil conquistou o 4º lugar no feminino e o 3º no masculino.

Classificação

Cada atleta é classificado de acordo com comprometimento físico-motor e a escala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objetivo de facilitar a classificação e a participação de atletas que apresentam qualidades de mais de uma classe distinta (os chamados casos limítrofes) foram criadas quatro classes intermediárias: 1,5, 2,5 e 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de que, quanto maior a deficiência, menor a classe.

Cristina Esteche

Jornalista

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