Polícia desvenda morte de Bruno com contradições de adolescentes

Bárbara Franco 

O corpo de Bruno dos Passos da Silva, de 14 anos, que estava desaparecido desde quinta feira (30) em Guarapuava, foi encontrado pela Polícia Civil nos fundos da casa de um dos meninos que estava junto com a vítima.

A primeira informação que a polícia recebeu foi a de que o adolescente teria pego a “rabeira de um trem”, entrado em um vagão que ia sentido a Ponta Grossa. Porém, outras denúncias chegaram até a polícia, dizendo que o menino estaria enterrado nos fundos da casa de um dos adolescentes que estavam com Bruno.

De acordo com o delegado Wellington Yugi Daikubara, os meninos se contra disseram na história do trem. “Ao interrogar um dos adolescentes que estavam com Bruno ele nos disse que a vítima teria indo com o trem sentido Ponto Grossa, porém chamamos os segundo adolescente para depor e ele nos falou uma outra versão, de que Bruno teria ido com o trem sentido Cascavel, foi a partir dai que percebemos que a versão do trem era mentira”.

Uma equipe da polícia entrou em contato com a América Latina Logística (ALL) pedindo para enviar as rotas que o trem faz e perceberam que os trechos informados pela ALL não coincidiam com o que os adolescentes, de 15 e 16 anos, haviam informado. Em seguida a polícia passou investigar a segunda denúncia, de que o menino estaria enterrado no pátio da casa de um de seus amigos. “Foi neste ponto que conseguimos chegar ao local em que o corpo de Bruno estava enterrado”, explica o delegado.

Bruno foi morto com um tiro de pistola calibre 9 milímetros. O tiro atingiu o rosto do adolescente. Segundo Daikubara, os meninos pegaram a arma para brincar e acabaram atingindo Bruno, que caiu e começou a se debater, momento em que eles asfixiaram a vítima com uma camiseta, o enrolaram em lençóis, jogaram o corpo de Bruno em um buraco nos fundos da casa, cobriram com um tapume e colocaram a casa do cachorro em cima. Quando encontrado, o corpo da vítima já estava em estado de decomposição. Daikubara informou que um dos meninos já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas.  

Se ficar comprovado que Bruno morreu por asfixia, os menores irão responder por homicídio, ocultação de cadáver e porte ilegal de arma. Os adolescentes foram ouvidos e liberados por que a situação, apesar de ser um crime grave, e não gerou flagrante por homicídio. Contudo, o fato não impede que eles sejam encaminhados para Centro Sócio Educativo (CENSE).

A Rede Sul de Noticias conversou com o pai de um dos adolescentes, envolvidos na morte de Bruno Edenilson Lourenço, que disse estar separado da mãe do menino e que já saiu de casa por ver o filho envolvido com drogas. “Perdi meu filho para as drogas”.