22/08/2023
Agronegócio

Pesquisa elevou produtividade da cevada da Agrária acima da média nacional

imagem-9720

No segundo dia do WinterShow 2009 (22/10), o pesquisador Noemir Antoniazzi (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária/FAPA), mostrou em palestra no centro cultural, em Entre Rios, como a Cooperativa Agrária tem utilizado a pesquisa na produção de cevada cervejeira para conseguir elevação da produtividade e padrão de qualidade exigido na fabricação do malte e da cerveja. Ao lado da geração e difusão de tecnologia entre seus produtores associados, a Cooperativa, com a maior maltaria do país, responde por cerca de 23% do mercado nacional de malte para cervejarias.
Segundo relacionou o especialista, os principais problemas que podem afetar uma lavoura de cevada em geral, entre doenças e efeitos de intempéries, são o nanismo, a geada tardia no início do espigamento, a falta de luminosidade, o acamamemento (devido ao excesso de chuva) e, nos casos de chuva na colheita, a germinação do grão na espiga da planta. O pesquisador salientou que este tipo de germinação é diferente do que ocorre numa maltaria, onde as condições de temperatura e umidade são controladas e que o grão germinado na lavoura não tem a qualidade necessária à malteação. “A qualidade da cevada se faz no campo”, alertou, esclarecendo: “Depois, na armazenagem, só se pode manter esta qualidade”.
Conforme observou Noemir Antoniazzi, a FAPA firmou convênio com várias instituições de pesquisa, no Brasil e no exterior, para adaptar e gerar tecnologias para o cultivo da cevada na região de atuação da Agrária (regiões centro-sul, central e centro-oeste do Paraná). O trabalho abrange ensaios de linhagens, análise fitopatológica de sementes para se determinar o tratamento mais indicado, avaliação da qualidade de malte (na maltaria piloto existente na Agromalte), produções experimentais de cerveja (com apoio técnico de instituições como a escola de cervejaria do SENAI/RJ), além de estudos sobre a melhor época de semeadura.
Graças à pesquisa, ressaltou, se adotou na Agrária, desde 2003, uma nova época de semeadura para aumentar as chances das lavouras escaparem a determinados efeitos de geadas tardias. O trabalho também apontou formas de se realizar adubação nitrogenada, densidade de plantas e manejo de doenças como a giberela.
De acordo com Noemir Antoniazzi, a pesquisa levou a uma evolução: a produtividade da cevada passou de 4,1 mil kg/ha (2003) para 4,6 mil kg/ha (2008) – o patamar de 2,5 mil kg/ha registrado em 2005, explicou, foi resultado de um ano com excesso de chuvas. A média atual, no entanto, segundo ressaltou, coloca a Agrária, com 4,6 mil kg/ha, acima da média brasileira (produtividade), que é de 3,0 mil kg/ha. O pesquisador enfatizou que a média Agrária inclui produtores que obtém mais de 6 mil kg/ha e que materiais testados pela FAPA apresentam rendimento ainda maior: parcela de BRS Elis alcançou produtividade de 9.637 kg. Lembrando que nos experimentos as condições são diferentes do cultivo normal, ele comentou que o fato serve para demonstrar o potencial dos materiais oriundos da pesquisa.
Recordando cevadas que marcaram época, como antárctica 1 (1975/1984), antárctica 5 (1984/1995), BR 2 (1995/2002) e BRS 195 (a partir de 2002) e sublinhando ainda a presença atual de cultivares como BRS Elis e BRS Cauê (lançamento da Agrária, AmBev e Embrapa), Noemir Antoniazzi finalizou afirmando que o objetivo da pesquisa é proporcionar ao produtor, de forma contínua, variedades que ofereçam produtividade e qualidade.

Fonte: agraria.com.br

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.