O crescente número de casos de violência contra a mulher segue pautando notícias em todo o país. As ocorrências são diárias. As situações mostram mulheres ameaçadas, agredidas e maltratadas, e na maioria das vezes, sem coragem e até mesmo sem condições psicológicas e financeiras de deixar o agressor.
Medidas de enfrentamento à violência contra a mulher, foram intensificadas, depois do início da pandemia. Isso porque, análises demonstraram que o isolamento social contribuiu para que a mulher estivesse mais tempo próxima ao agressor, com isso, com mais possibilidade de ser agredida. No Paraná, foi implantado o sistema de boletim de ocorrência on-line, que em apenas 30 dias, recebeu 540 denúncias.
Além disso, em Guarapuava, a Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher aderiu o programa ‘Você não está sozinha’, criado pelo Instituto Avon. De acordo com Priscila Schran, responsável pela Pasta, o programa foi criado para reduzir os impactos do isolamento na vida de mulheres e meninas.
NÚMEROS NO ESTADO
No Paraná, em 2019, das 40.797 notificações de violência interpessoal e autoprovocada registradas, 76,3% ocorreram na residência, sendo que 68,4% foram praticadas contra mulheres.
Segundo dados da Saúde referentes à notificação de violência interpessoal e autoprovocada, no período de janeiro a maio de 2020 houve predomínio da violência física (48,8%) praticada contra mulheres. Assim, é seguida pela violência psicológica/moral (26%), negligência/abandono (14%), e violência sexual (13%). Os dados são preliminares e sujeitos a alterações.
A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Secretaria, Maria Goretti David Lopes, diz que, no contexto da pandemia da covid-19, em algumas situações o isolamento social pode contribuir para este cenário. Em especial acerca da violência doméstica contra mulheres, idosos, crianças e adolescentes. “Os serviços de saúde têm a responsabilidade compartilhada de protegê-los de qualquer tipo de violência, abuso, exploração e negligência”.
INICIATIVA
Assim, oito profissionais da Secretaria de Estado da Saúde, que atuam na Atenção Primária da 3ª Regional de Ponta Grossa, produziram um vídeo informativo e de apoio às mulheres vítimas de violência. Segundo a assistente social Luciana Querino, violência contra a mulher é uma questão de relevância em saúde pública. A situação sofre agravamentos e aumento no número de casos neste período de pandemia.
Ela explicou que a proposta do vídeo é alertar a mulher neste momento em que o isolamento social é uma das principais medidas de prevenção contra a covid-19 e, ao mesmo tempo, apontado como um dos fatores de aumento de casos de violência.
“Consideramos que o distanciamento, tão fundamental durante a pandemia, não pode servir de desculpa para atos de violência nos ambientes domésticos e de trabalho”.
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