22/08/2023
Em Alta Guarapuava Justiça Segurança

Audiência de Kenny tem embate sobre provas e gera novo inquérito

MP aponta suspeita de atestado falso; defesa alega falsidade da assinaura de Kenny em documento preenchido pela Polícia Militar

Kenny Rogers (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A audiência de instrução no processo que investiga o vereador Kenny do Cartório (MDB) por homicídio culposo no trânsito, nesta quinta (30), foi marcada por controvérsias e acusações cruzadas. A defesa apresentou laudo médico apontando ausência de álcool na corrente sanguínea do vereador. Além disso, alegou falsificação de assinatura em documento da Polícia Militar. No entanto, o Ministério Público contestou veementemente essas alegações e levantou suspeitas de fraude.

Durante a audiência, 10 testemunhas prestaram depoimentos, sendo quatro indicadas pela acusação e três pela defesa. O delegado Bruno Maciozek, também arrolado pela defesa, foi dispensado por já ter prestado depoimento durante o inquérito policial.

A defesa sustenta que Kenny não ingeriu bebida alcoólica no dia do acidente, ocorrido em dezembro de 2024. De acordo com o criminalista Marinaldo Rattes, a negativa está comprovada por laudo médico. Conforme Rattes, três testemunhas que estavam com o vereador em um churrasco confirmaram que ele não consumiu álcool, e uma das testemunhas de acusação também teria afirmado o mesmo.

MP CONTESTA

Contudo, o promotor Mauro Dobrowolski, representante do Ministério Público, contestou a validade do atestado apresentado pela defesa. De acordo com o MP, o acidente ocorreu entre 18h e 18h30 do 21 de dezembro de 2024. Mas o vereador só procurou atendimento na UPA a 0h40 do dia seguinte, momento em que obteve o atestado utilizado como prova.

Por isso, o Ministério Público alega que o documento médico não condiz com a realidade dos fatos. Dobrowolski disse ao Portal RSN, que esse será objeto de investigação criminal para apurar possível falsidade na declaração do profissional de saúde que o emitiu.

O laudo assinado pelo médico não condiz com a verdade sobre a situação do vereador e será objeto de investigação criminal por falsa declaração.

Outro ponto de divergência envolve o termo de constatação de embriaguez elaborado pela Polícia Militar após o acidente fatal. A defesa afirma que a assinatura presente no documento não é de Kenny e solicitou perícia grafotécnica para comprovar a alegação. No entanto, a juíza responsável pelo caso indeferiu o pedido.

Ela  sugeriu que o advogado formule representação separada para instauração de inquérito específico sobre a suposta falsificação.

MP DIZ QUE PROVAS SÃO MAIS ROBUSTAS

Ao final da audiência, o promotor Mauro Dobrowolski afirmou que as provas apresentadas até o momento, incluindo os depoimentos e documentos colhidos na instrução, reforçam a materialidade do crime e o envolvimento do vereador. De acordo com o MP, a prova de embriaguez e da responsabilidade pelo acidente fatal está mais consistente do que na fase inquisitorial.

Com o encerramento da fase de instrução, o processo entra agora na etapa final. O Ministério Público tem o prazo de cinco dias úteis para apresentar as alegações finais. E, na sequência, a defesa também terá cinco dias para se manifestar. Após essas etapas, caberá à juíza proferir sentença.

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Cristina Esteche

Jornalista

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