Ao completar um ano da morte do jovem Wycaro Domingues de Deus, o caso está prestes a ser concluído. Assim o ponto principal para essa conclusão foi o desbloqueio do celular da vítima e que desmente a versão do autor da sua morte.
O jovem Weliton Marcos Chimilosk, de 20 anos, se apresentou à polícia acompanhado por advogado, horas depois do crime ocorrido na madrugada de 29 de março de 2019, em Guarapuava. Ele entregou a arma do crime.
Entretanto, em depoimento o jovem negou que conhecia a vítima. Disse que Wycaro arrombou a porta da sua casa, na rua dos Médicos, no Residencial 2000. E que ambos entraram em luta corporal provocando o esfaqueamento fatal de Wycaro.
Todavia, segundo o advogado da família da vítima, Thales Luan Domingues, em junho do ano passado, foi solicitado o desbloqueio do celular de Wycaro, comprovando que a versão dada por Weliton não condizia com a verdade. “Juntamos essas informações e mostramos que Weliton estava mentindo”. O criminalista Násser Vinícius Zavonelli também atua na defesa.
Conforme o advogado, Weliton e Wycaro eram íntimos. “No dia do crime, Weliton mandou a localização da sua casa para o Wycaro”. Assim, em novo depoimento recente, embora tenha mantido a declaração que não conhecia a vítima, ao ser confrontado com as conversas por celular, Weliton “não conseguiu explicar direito”. De acordo com Thales, informações que constam no celular de Wycaro são importantes para o processo e virão à tona no momento certo.
DEMORA
Conforme o advogado, o delegado que preside o inquérito pediu a prisão preventiva de Weliton logo após o crime. Porém, a 11ª Promotoria não acatou alegando falta de argumentos. Assim, o inquérito retornou à polícia para novas diligências, incluindo a restituição do crime. “Algumas foram feitas, outras não”.
Entretanto, segundo Thales, como mudou o promotor do caso, já que Wiliam Gil foi para Curitiba, o novo responsável pela 11ª Promotoria, requisitou o inquérito de volta e agora tem novo prazo para apresentar a denúncia.
“Estamos trabalhando para que o promotor peça a prisão de Weliton para que lhe seja imputada uma pena que configure a gravidade do crime cometida. A morte de Wycaro teve grande impacto para a sociedade”.
RELEMBRE
Conhecido com o ‘Peregrino do Amor’, Wycaro desenvolvia projetos socais, em especial com jovens usuários de drogas. Porém, o trabalho social que já durava 10 anos, estendia-se a alcoólatras, depressivos e pessoas em qualquer situação de risco.
Pela sua dedicação a esse público, o padre Jean Patrick disse que o jovem possuía um “ar de santidade” e que tinha orgulho de ter conhecido um santo em vida. Assim, o jovem continua recebendo muitas homenagens póstumas. Ele já denomina uma das ruas do bairro Industrial Xarquinho, onde morava. Procissões luminosas, carreatas e celebrações religiosas, mensalmente relembraram a trajetória do jovem missionário.
CAMINHADA
Familiares e amigos cancelaram o movimento agendado para esse domingo (29), para lembrar um ano da morte do jovem Wycaro Domingues de Deus. De acordo com a jornalista Andrea Alves, amiga da família, a causa foi o isolamento social por causa do coronavírus.
Porém, ela diz que ninguém aceita o fato do autor do crime estar em liberdade. “Está tudo nas mãos do promotor, mas o assassino continua em liberdade”.
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