22/08/2023
Paraná Política

Mais cinco mil caixas d’água serão instaladas no Paraná

Crise hídrica deve permanecer nos próximos quatro ou cinco meses. Programa atende famílias com renda familiar per capita de até R$ 522,50 no Paraná

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Mais cinco mil caixas d’água serão instaladas no Paraná – reunião entre o governo e a Sanepar (Foto: AEN)

Para minimizar os efeitos da estiagem, a mais severa dos últimos 50 anos no Paraná, o Governo vai acelerar a distribuição de cinco mil novas caixas d’água.

De acordo com o governo, a  iniciativa é liderada pela Sanepar com apoio da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho. Conforme a empresa, o programa Caixa D’Água Boa ampliará em 125% o número de famílias beneficiadas em 2020. Isso equivale a nove mil residências de todas as Regiões do Estado.

Criado no ano passado, o  programa já atendeu quatro mil famílias e inicialmente atenderia mais quatro mil neste ano, em 144 municípios. A Sanepar doa os conjuntos compostos por reservatório domiciliar com capacidade de 500 litros, tubulação e base metálica.

A Secretaria da Justiça, Família e Trabalho promove um auxílio financeiro no valor de R$ 1 mil para cada família. O investimento será na mão de obra necessária à instalação. Os municípios são responsáveis pelo armazenamento e distribuição dos materiais que compõem o kit e fiscalizam a instalação.

O Caixa D’Água Boa foi criado para beneficiar famílias em situação de vulnerabilidade social. A renda familiar per capita deve ser de até R$ 522,50.

De acordo com o governador Ratinho Junior, o programa dá mais qualidade de vida para as famílias. “É um projeto social de grande alcance, que faz a diferença para as pessoas mais humildes, especialmente neste momento de seca, com a implementação de rodízio de água por parte da Sanepar em todo o Estado. Além de impactar também na saúde, já que água tratada evita doenças e ajuda na higiene pessoal para combater o coronavírus”.

ESTIAGEM

Estudo do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) encomendado pela Sanepar apontou para a estiagem mais severa dos últimos 50 anos no Estado. Em alguns pontos da Região Metropolitana de Curitiba é a pior seca dos últimos 100 anos.

Conforme o Simepar, até o dia 20 de maio, por exemplo, choveu apenas nove milímetros em Curitiba, enquanto a média histórica apontava para o volume de 113. Seca que se estende também para toda a Região Metropolitana da capital. Norte Pioneiro e o Noroeste são outras duas Regiões com mais defasagem de chuvas neste mês, segundo o mesmo levantamento.

Conforme o  diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile, a escassez de água é grave, o que obrigou o Estado a decretar situação de emergência hídrica.

Com isso, destacou ele, a companhia implementou um sistema de rodízio no abastecimento para que não falte água por completo em algumas áreas do Paraná. A economia gerada pela iniciativa é estimada entre 18% e 20%.

“Com o rodízio, as pessoas que não possuem uma caixa d’água em casa ficam sem uma gota nesses dias. Isso não pode acontecer, ainda mais neste grave momento em que vivemos, com uma pandemia na saúde. Por isso a importância da distribuição desses reservatórios”.

OUTRAS INICIATIVAS

Além do rodízio na distribuição da água, a Sanepar trabalha com outras iniciativas para amenizar a falta da água no Paraná. Segundo o diretor de Meio Ambiente da empresa, Julio Gonchorosky a companhia adotou ações emergenciais para garantir o abastecimento da população, como a transposição de rios e a retirada de água das cavas.

Ele disse que a crise hídrica deve permanecer nos próximos quatro ou cinco meses, já que o volume de chuvas previsto para o período deve também ficar abaixo da média histórica. “E já são tradicionalmente os meses com menos chuva do ano, o que atrapalha ainda mais”.

EDUCAÇÃO

Há em andamento ainda uma proposta de parceria com a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte para intensificar a aplicação de conteúdos de educação ambiental nas escolas da rede pública de ensino.

“Precisamos do engajamento da população para obter sucesso nesta batalha. Criar uma cultura de que a água é importante, do uso racional da água não só nos momentos emergenciais”.

*(Com Agência Estadual de Notícias) 

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Cristina Esteche

Jornalista

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