22/08/2023
Paraná Saúde

Novo período de monitoramento da dengue já tem 79 novos casos no PR

Os casos de dengue foram confirmados em 29 municípios. O último período de 2019/2020, foi o de maior registro, com 227.724 confirmações e 177 mortes

MOSQUITO DA DENGUE

Novo período de monitoramento da dengue já tem 79 novos casos (Foto: Reprodução/Pixabay)

O primeiro boletim do novo período sazonal da dengue no Paraná já traz 79 novos casos confirmados, em 29 municípios. São 484 notificações e 350 casos em investigação. O monitoramento terá sequência até julho de 2021, com dados notificados pelos municípios. Esses dados serão acompanhados pelas Regionais de Saúde e analisados e publicados pela Coordenadoria de Vigilância Ambiental, vinculada à Diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde.

Conforme o secretário da Saúde Beto Preto, mesmo diante da pandemia da covid-19 não podemos descuidar da dengue.

A dengue se mantém como uma das maiores preocupações do Governo do Estado. Nossa mobilização para combater a proliferação do mosquito transmissor da doença é permanente, com apoio às ações em todos os municípios. O mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, se prolifera inclusive no inverno. Por isso, a recomendação de eliminação dos criadouros é válida para o ano todo. A dengue mata, mas pode ser evitada com a adoção sistemática da remoção dos focos.

Recentemente, a a secretaria estadual da Saúde repassou R$ 7 milhões para a aplicação em medidas de controle e prevenção em 236 municípios paranaenses. O boletim apresenta, como novidade, o canal endêmico do Estado representado graficamente. Assim, por meio de imagens, as ocorrências poderão ser avaliadas e os números observados.

As cidades com maior registro de casos confirmados na primeira publicação deste novo período são: Foz do Iguaçu (20); Londrina (14); Pérola (9); Boa Vista da Aparecida (4) e Umuarama (3). Além desses, Ivaiporã, Maringá, Indianópolis, Goioerê e São Miguel do Iguaçu tiveram dois casos confirmados cada.

Registraram uma confirmação da doença os municípios de Tibagi, Marechal Cândido Rondon, São Pedro do Ivaí, Apucarana, Sarandi e Mandaguaçu. Além disso, Colorado, Querência do Norte, Porto Rico, Inajá, Cruzeiro do Sul e São Jorge do Patrocínio. E ainda, Ubiratã, Iretama, Campina da Lagoa, Cascavel, Medianeira, Marmeleiro e Dois Vizinhos.

GUARAPUAVA

No período epidemiológico que terminou no dia 14 de julho de 2020, a 5ª Regional de Saúde, que tem sede em Guarapuava, confirmou 148 casos de dengue. Conforme os dados da Secretaria, dos 20 municípios pertencentes a regional, 16 registraram pelo menos um caso suspeito durante o período. A cidade com a situação mais crítica, foi Palmital que chegou a investigar 135 casos suspeitos, sendo que 60 foram confirmados.

Além disso, Foz do Jordão confirmou 23 casos da doença, e levando em consideração o tamanho da população, proporcionalmente foi o município da regional com maior incidência da doença, chegando a 526,87%. Ainda de acordo com as informações, Guarapuava, que é a sede e tem a maior população da regional confirmou
quatro dos 67 casos declarados suspeitos na Secretaria.

Em Laranjal foram confirmados seis casos e em Laranjeiras do Sul outros três. Ainda houve confirmações em Maquinho (2), Nova Laranjeiras (8), Pinhão (1). E também em Pitanga (21), Porto Barreiro (2), Prudentópolis (5), Rio Bonito do Iguaçu (5), Turvo (1) e Virmond (1).

MOSQUITO

O mosquito Aedes aegypti foi introduzido no País no período de colonização do Brasil, vindo da África. Os registros indicam que os primeiros relatos de dengue ocorreram em Curitiba no século 19. Porém, foi outra doença, a febre amarela, que despertou a preocupação em relação à proliferação do vetor. Nos anos 50 o Brasil erradicou o Aedes aegypti como forma de controle da febre amarela.

Aproximadamente 10 anos mais tarde, após o relaxamento das medidas de controle, o mosquito surgiu novamente em território brasileiro. Além da dengue, o Aedes aegypti transmite zika, chikungunya e a febre amarela urbana. A transmissão das doenças se dá pela picada do mosquito fêmea infectado.

Atualmente, 90% dos criadouros estão nos quintais e ambientes internos, em garrafas, lixeiras, caixa d’água e ralos destampados. Além disso, vasilhas para água de animais, vasos de plantas, coletores de água da geladeira e do ar condicionado servem de criadouro para o mosquito.

VÍRUS

No Paraná, existem quatro tipos de vírus de dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Cada pessoa pode contrair a infecção provocada pelos diferentes sorotipos e a imunidade é gerada após a contaminação por cada um. A reincidência da dengue pode agravar os sintomas, podendo desenvolver a forma grave da doença.

Assim, no período epidemiológico anterior, o DEN-2 teve a maior circulação. A Sesa monitora os dados da dengue desde 1991. De acordo com o primeiro boletim, foram 161 notificações e 16 casos confirmados, sendo que todos foram importados – os pacientes foram infectados fora do Paraná. O primeiro informe não teve registro de mortes.

GRANDE EPIDEMIA

O ano de 2007 marcou a primeira grande epidemia de dengue no Paraná. Foram mais de 50 mil notificados, cerca de 26 mil casos confirmados e sete pessoas morreram. A série histórica da doença aponta que o último período, de 2019/2020, foi o de maior registro de casos. Assim, o período terminou com 227.724 confirmações e 177 mortes.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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