Desde 1º de janeiro deste ano, os quatro médicos que eram responsáveis pela Ortopedia do Hospital Santa Tereza, em Guarapuava, declinaram da prestação de serviço no departamento e, por isso, o setor está temporariamente fechado. A decisão dos profissionais ocorreu frente à dívida da instituição com o corpo clínico, que se arrasta em uma crise financeira desde o início de 2018.
A suspensão de atendimento na Ortopedia foi confirmada ao Portal RSN pelo administrador do HST, Francisco Cogo. Segundo ele, a equipe que cuidava do departamento e a diretoria do Instituto Virmond, que mantém o Santa Tereza, não chegaram a um acordo e, por isso, a prestação de serviços foi suspensa pelos profissionais.
Ainda segundo Cogo, a direção da 5ª Regional de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde já foram comunicadas da decisão.
A situação se deu, realmente, por impasse financeiro. Mas já estamos tomando as providências para reformular a equipe e retornar os atendimentos.
Atualmente, assim como os demais setores do Santa Tereza, a Ortopedia atende a um universo de 500 mil habitantes, somando Guarapuava e demais municípios do entorno que integram a 5ª Regional de Saúde.
“Em outros setores, alguns médicos também pararam de atender, mas nada comprometedor como na Ortopedia”, enfatiza Cogo.
PREVISÃO
Ainda de acordo com o administrador do Hospital Santa Tereza, existe uma expectativa que o departamento volte a funcionar em meados de fevereiro. O processo é um pouco lento devido a detalhes burocráticos que envolvem a formação de uma nova equipe médica.
“Paralelo a isso, nós estamos articulando uma reunião com o Secretário de Saúde do Estado para rever alguns pontos do contrato que envolvem nossa prestação de serviço na Ortopedia”, explicou Cogo.
A CRISE
A crise financeira do Hospital Santa Tereza envolvendo todo o corpo clínico da instituição veio à tona em abril de 2018, quando médicos sinalizaram a possibilidade de realizarem um desligamento em massa do HST caso a folha de pagamento não fosse regularizada. Na época, uma solução paliativa foi apresentada, porém, menos de dois meses depois, o problema voltou a pauta pública, quando médicos começaram a se desligar da instituição. Inicialmente, a dívida total era de R$ 1,6 milhão.