As condições “sub-humanas” de trabalho em que se encontrava o único policial militar que fazia a segurança de presos nos horários de visitas e de banhos de sol na Cadeia Pública de Guarapuava, fez com que o novo comandante do 16º BPM, o tenente-coronel Adilson Luiz Lucas Prüsse, realocasse o profissional.
Não houve retirada do policial, mas uma realocação com quatro policiais e uma viatura que farão o policiamento no entorno da 14ª [Subdivisão Policial].
Superlotada, com cerca de 450 presos, a cadeia, então, fica sem a presença policial, dependendo apenas dos agentes penitenciários que atuam internamente e que são impossibilitados de usar qualquer tipo de arma.
Segundo o comandante, um dia após ter assumido o posto, ele foi até a cadeia para “averiguar uma situação”, quando o PM de plantão teve que disparar dois tiros para evitar uma fuga.
“O policial estava em condições sub-humanas de trabalho e em condições apenas de aparência, sem a efetividade do serviço”. Em entrevista ao Portal RSN, o comandante disse, também, que ficar na guarita ou monitorar as visitas aos presos não é função da PM, mas sim da Polícia Civil.
IMPASSE
Acontece que a gestão plena da Cadeia Pública de Guarapuava passou a ser de responsabilidade do Departamento Penitenciário do Estado (Depen), liberando as responsabilidades da Polícia Civil sobre o espaço, desde o último dia 7 de novembro, quando a governadora Cida Borghetti assinou o decreto que transferiu a gestão de 37 carceragens no Estado e que até então eram administradas pela Polícia Civil.
Em Guarapuava, embora a gestão fosse compartilhada entre a Civil e o Depen, em alguns pontos, como a alimentação dos presos, manutenção e pequenos reparos na cadeia, já havia independência, mas não de forma oficial. O Portal RSN tentou contato com a assessoria do Depen, mas ninguém atendeu as várias ligações.
NECESSIDADE
A situação levantada pelo Comando do 16º BPM, porém, traz à tona a necessidade de uma reformulação na Cadeia Pública de Guarapuava, com a transferência dessa unidade para outro espaço que não seja no Centro. Uma área já foi doada pelo município para a construção de um novo presídio, porém, o projeto encontra-se em fase de aprovação.
Entenda: Autorizada a construção da nova Casa de Custódia de Guarapuava
Enquanto isso não acontece, a cadeia é um verdadeiro estopim, prestes a explodir a qualquer momento. Superlotação, condições precárias, provocam tentativas e fugas constantes. Agora, sem a presença da PM, a situação tende a ser caótica, podendo haver rebeliões ou fuga de presos em massa a qualquer momento.