O pai da advogada guarapuavana Tatiane Spitzner, o advogado Jorge Spitzner, foi o primeiro a falar na audiência de instrução que ocorre nesta quinta feira (13) em Guarapuava. Ele falou por mais de duas horas e respondeu a perguntas dos promotores Dúnia Rampazzo e Pedro Papaiz, dos auxiliares de acusação e dos advogados de defesa de Luís Felipe Manvailer, que é acusado de ter matado Tatiane. A imprensa foi autorizada a acompanhar o depoimento, mas não pôde fazer fotos ou vídeos.
Em um depoimento marcado por emoção do pai da vítima, Jorge falou sobre o relacionamento do casal, história do romance, rotina, personalidade de Tatiane, rotina de prática de exercícios físicos da filha e do genro e sobre as crises recentes enfrentadas pelas relações conjugais de Tatiane e Luís Felipe.
Segundo Jorge, houve um distanciamento notório entre o casal a partir de fevereiro de 2018 que resultou na manifestação de vontade de divórcio por parte de Tatiane. Na ocasião, Manvailer não teria aceitado o divórcio e, em comum acordo, teriam decidido continuar juntos, após uma conversa do casal. O desejo da advogada, segundo seu pai, foi compartilhado com a família. Tatiane manifestou planos a longo prazo, com desejos de prestar concurso público, mudar-se para Curitiba e, ainda, ter filhos em 2019.
O suposto aborto espontâneo sofrido por Tatiane e levantado pela defesa na audiência da última terça feira (11) foi refutada pelo pai, que disse desconhecer tal fato e que, caso o fato tivesse ocorrido, acreditava que Tatiane teria compartilhado com a família.
Já sobre a hipótese de suicídio, Jorge declarou que trata-se de “um absurdo”.
Quem conheceu Tatiane sabe que ela jamais faria isso. Ela era uma pessoa maravilhosa, meiga, carinhosa, cuidadosa em tudo. Vocês não sabem a falta que ela me faz, faz a nossa família. Às vezes, eu acho que não vou aguentar. O que aconteceu com minha filha foi uma brutalidade.
Entenda: Apesar de laudo, defesa de Manvailer volta a insinuar suicídio de Tatiane
DEFESA
Em perguntas ao pai de Tatiane, os advogados de defesa de Manvailer levantaram o suposto uso de medicamento antidepressivo por parte de Tatiane, repassado por receita de um médico ortopedista guarapuavano. O fato não foi confirmado pelo pai de Tatiane, que disse desconhecer o episódio. O fato também não estaria incorporado nos autos do processo, segundo a promotora Dúnia.
PRÓXIMO DEPOIMENTO
A segunda testemunha a falar à Justiça nesta quinta (13) é a irmã de Tatiane, Luana Spitzner. Em ambos os depoimentos, a presença de Manvailer não foi autorizada.