Mais do que buscar o clique perfeito, Eduardo Matysiak fez da fotografia um ato político, social. Ele segue com o olhar guiado pelo compromisso com os direitos humanos, com a justiça social e com a necessidade urgente de mostrar o que a sociedade tenta esconder. Para ele, a câmera é mais do que um instrumento técnico: é uma voz. E, muitas vezes, um grito.
‘Cria’ da Rede Sul de Notícias (RSN), em Guarapuava, Matysiak iniciou a jornada retratando a vida como ela é: desigual, intensa e resiliente. Desde os primeiros registros, escolheu apontar a lente para as bordas. Fotografa greves, manifestações, desalojados, movimentos por moradia, políticos, invisibilizados.
Comecei na RSN fazendo foto de uma manifestação de professores. A Cris me jogou uma câmera nas mãos e mandou eu sair às ruas. Saí fotografando. Voltava descarregava ocartão e saía de novo. Se não fosse ela e a RSN não sei o que estaria fazendo hoje.
A partir de então, as fotos de Matysiak não apenas registram: elas questionam, provocam e mobilizam. Já em Curitiba, a parceria com o Portal RSN nunca parou, continua.

(Foto: Eduardo Matysiak. Foto que ganhou o Oscar da Fotografia)
FOTOGRAFIA QUE INCOMODA E REVELA
Em tempos de desinformação e narrativas distorcidas, a imagem crua e engajada de Matysiak atua como antídoto. “A fotografia tem um papel social fundamental. É uma forma de documentar a história pelas mãos de quem está no chão da realidade, não apenas dos gabinetes, dos escritórios.”
A partir desse conceito, o trabalho dele atravessou o Paraná e o Brasil. Está presente em veículos como Folha de S. Paulo, O Globo, UOL, El País Brasil e Brasil de Fato.

(Foto: Eduardo Matysiaki)
Mas também nos arquivos vivos dos movimentos sociais, sindicais, comunitários, políticos em todas as esferas. Muitas vezes, essas imagens são a única narrativa visual de eventos ignorados ou apagados pelo noticiário convencional.
RECONHECIMENTO

Menção Honrosa (Foto: RSN)
Há poucos dias, Eduardo recebeu uma Menção Honrosa da Assembleia Legislativa do Paraná. A honraria, proposta por 12 deputados estaduais, reconhece a contribuição para o fotojornalismo e para a construção de uma memória visual que retrata a complexidade da vida no estado. Das dinâmicas urbanas de Curitiba às lutas populares no interior.
Minha fotografia é um grito. Um chamado à consciência. Porque quando a sociedade vira o rosto, é nosso papel mostrar o que ficou fora do enquadramento oficial
Conforme se expressa o fotógrafo, mais do que estética, a fotografia é ética. “Ela humaniza estatísticas, dá nome e rosto a dados frios e devolve dignidade às histórias que, sem ela, seriam apenas silêncio.” Portanto, o que Matysiak faz não é apenas fotojornalismo, é documentação. Desde movimentos de resistência às ‘intempéries’ da vida, até fotografar cenas do inverno de Guarapuava, por exemplo.
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