22/08/2023
Guarapuava Segurança

Superlotação da Cadeia chega a 400 presos

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Cristina Esteche

Guarapuava – A Cadeia Pública de Guarapuava chega a  cerca 400 presos nesta quinta feira (18), “amontoados” em num espaço físico com capacidade para 166 camas (jegas), incluindo os locais reservados para adolescentes, mulheres e presos que precisam ficar “seguros”, separados por demais por questão de segurança à vida.

De acordo com o delegado chefe da 14a Subdivisão Policial, Rubens Miranda, órgão que compartilha espaço com a cadeia, as celas abrigam atualmente entre 12 e 15 presos, cada uma. “Já chegou a ter 18”. “Há presos condenados que já deveriam estar na PIG [Penitenciária Industrial de Guarapuava]”, local que conta com 244 internos e que não pode extrapolar essa lotação. É como trabalhasse com dois pesos e duas medidas. À PIG apenas o número que a capacidade física comporta. À cadeia todos os presos de 16 comarcas da região, além de condenados que estão em condição irregular, sem limite algum. “A situação está insuportável, nunca tivemos uma superlotação com 400 presos”, disse Rubens Miranda.

Embora o delegado não tenha inserção alguma sobre essa situação, não há como ficar alheio. “Estamos aqui dividindo o mesmo espaço. Nosso pessoal está aqui e embora não possamos entrar na carceragem sempre acabamos auxiliando”.

Para que se possa entender melhor, a cadeia não é subordinada à Polícia Civil, ou seja, possui gestão própria e responde diretamente ao Departamento Penitenciário da Secretaria Estadual de Segurança Pública e em Guarapuava é gerida por agentes penitenciários.

30 TENTATIVAS DE FUGA – Superlotada há anos, a cadeia é vulnerável à tentativas e fugas. Somente nos últimos 13 meses foram 30 tentativas, segundo informou o delegado.

COMITÊ DE CRISE

Para que sociedade faça a sua parte e some esforços, uma reunião está agendada para a próxima semana, entre as polícias e entidades da sociedade civil para a composição de um comitê de crise. A ideia é gestionar junto ao Governo do Estado a construção  de um novo prédio e a readequeção do atual. No Paraná existem a permissão do governador Beto Richa para a construção e reforma  de 22 novas unidades prisionais. “Precisamos que uma dessas obras seja liberada para Guarapuava”. Segundo Rubens Miranda, o ideal seria que um Centro Provisório – que é a função da cadeia –  fosse construído ao aldo da PIG, o que formaria um complexo, já que lá também existe o Centro de Regime Semiaberto (CRAG). A atual estrutura da cadeia demolida, e um novo espaço seria construído, para abrigar mulheres em conflito com a lei. De acordo com o delegado, a região de abrangência da 14a SDB é extensa. “Somos a sede do Contransp [Comitê Estadual de Transferência de Presos] para onde convergem16 comarcas”.

 

 

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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