22/08/2023
Brasil Esportes

Com prata, Odair Santos abre quadro de medalhas para o Brasil

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por Cahê Mota e Carol Fontes do GE

Rio de Janeiro – Já tem medalha para o Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio. Em disputa com final emocionante até os metros finais, Odair Santos ficou com a prata nos 5.000m da classe T11, na manhã desta quinta feira (08), no Estádio Olímpico. Com um sprint na reta final, o queniano Samuel Kimani tirou o tão esperado ouro do brasileiro, que coleciona agora oito pódios em Paralimpíadas. Também do Quênia vem o terceiro colocado, Wilson Bill.

Bicampeão campeão mundial, Odair deixou para trás qualquer trauma pela hipertermia que impediu o tri em Doha, no Qatar, no ano passado e voltou a figurar entre os melhores. O brasileiro já tinha ficado com a prata na mesma prova em Atenas 2004 e o bronze em Pequim 2008, mas competia na classe T12, para atletas com baixa visão. Desde 2010, no entanto, ele perdeu a visão completar por conta de uma retinose pigmentar, que começou a afetá-lo aos 9 anos.

"A gente fica frustrado por não ter ganho, mas feliz por ter conquistado a primeira medalha. Tenho tempo de 15m11s e não consegui repetir". A prata deixou Odair com uma mistura de sentimento. Apesar do orgulho pela primeira medalha do Brasil em uma Paralimpíada em casa, o fundista não escondeu a frustração pela derrota na reta final, mas reconheceu o mérito do queniano. 

Como eram três quenianos, eles são pedras no sapato em provas de fundo. A estratégia era não se desprender do grupo. Eles ditariam o ritmo e tinha que me manter no pelotão dosando um pouco no início para finalizar o mais forte possível. Infelizmente, ele acabou me superando, mas fico feliz pela medalha.    

Com a imagem das filhas Júlia, de quatro anos, e Milena, de dois, nas lentes dos óculos, Odair falou sobre a homenagem. "Elas correm sempre comigo,sempre, ainda mais em uma competição importante como a Paralimpíada. Não só na lente, mas no coração também."

No próximo dia 12, Odair Santos volta à pista do Estádio Olímpico para a final dos 1.500m T11. Atual campeão mundial da prova e prata nos Jogos de Londres 2012, o brasileiro é favorito para, enfim, subir ao topo do pódio paralímpico pela primeira vez na carreira.

Cristina Esteche

Jornalista

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