22/08/2023
Geral Guarapuava

Conheça a química e o perigo por dentro dos fogos de artifício

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Da Redação, com assessoria 

Causou espanto nos últimos dias de 2016 o vídeo de uma explosão no mercado de fogos de artifício de San Pablito Tultepec, no México – que resultou em 32 mortes, 72 feridos e 12 desaparecidos. Cerca de 300 toneladas de explosivos foram detonadas no local, a quatro dias do Natal. As causas, até o momento, não foram descobertas.

Para se ter uma ideia, no Brasil, mais precisamente na cidade de Santo Antônio do Monte, interior de Minas Gerais, foram produzidos, somente em 2016, mais de 25 mil toneladas de fogos de artifício, em 72 fábricas diferentes, o que a coloca como a segunda maior cidade produtora de fogos de artifício do mundo, atrás apenas de um município chinês. Para dar mais brilho a passagem de ano, as empresas produzem fogos cada vez maiores e chamativos.

Para manusear grande quantidade de explosivos, é necessário tomar cuidados extras. Os especialistas Wilson Namen, Gerson Julião e Daniel Ângelo, do Ciência em Show, explicam que manipular explosivos pode ser muito perigoso se a pessoa não estiver ciente dos riscos. “Nós simulamos acidentes com os fogos de artifício e percebemos que um rojão disparado pode chegar a 150 quilômetros por hora. Se atingir uma pessoa, pode causar queimaduras graves e até a morte”, afirma Daniel.

Já a produção e a comercialização dos foguetes devem contar com cuidado extra. Edificações usadas para comércio ou fabricação devem seguir regras como, por exemplo, ser construída no térreo, em alvenaria e possuir piso incombustível.  Além disso, os fogos devem possuir afastamento mínimo de 15 centímetros do piso e das paredes e 50 centímetros do teto, dispostos em prateleiras de, no máximo, dois metros de altura.

 LUZES COLORIDAS

Seja em Sidney, na Austrália, ou no Rio de Janeiro, a capital fluminense, o utilização de fogos de artifício nas festividades do final de ano já são tradição. Os especialistas Wilson Namen, Gerson Julião e Daniel Ângelo, do Ciência em Show, explicam o funcionamento dos artefatos. “Os fogos de artifícios funcionam como uma sequência progressiva e coordenada da queima de pólvora – mistura de enxofre, carvão e salitre (nitrato de potássio).Quando um pavio ou algum dispositivo eletrônico é acionado, ele fornece energia para que tudo aconteça. A primeira fase consiste em queimar pólvora suficiente para “disparar” uma segunda carga explosiva com outros produtos químicos. Assim que a bomba sai do cano de disparo o ciclo recomeça, ou seja, o calor produzido aciona a segunda queima da bomba disparada e o resultado todos conhecemos. A altura de cada foguete depende principalmente da carga explosiva na primeira fase. Quanto mais pólvora, mais energia, logo, maior distância percorrida. ” diz Wilson.  

Cristina Esteche

Jornalista

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