22/08/2023


Brasil Geral

Estudo revela a perspectiva dos jovens em busca de estágio diante da crise econômica brasileira

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Da Redação, com assessoria 

O conturbado cenário econômico que o país atravessa nos últimos anos não só tem afetado o mercado de trabalho como também a confiança de milhares de jovens que buscam uma colocação profissional. Em vista disso, a Companhia de Estágios – consultoria e assessoria especializada em programas de estágio e trainee – lançou um estudo exclusivo que explora o impacto desse quadro sobre os candidatos a vagas de estágio e ainda revela os principais anseios e expectativas dessa parcela da mão de obra brasileira.

PERFIL DOS CANDIDATOS

A pesquisa “O Perfil do candidato a vagas de estágios em 2017” contou com 2.193 entrevistados de todas as regiões do país, especialmente do sudeste, que mantem a liderança desde o início do estudo, em 2016, concentrando mais da metade das respostas (60,9%), no entanto, houve um crescimento significativo de adesão da região Norte desde o último levantamento, que passou de 3,5% para 6,1%. Já a participação do centro-oeste caiu de 9,2%, em 2016, para 4,8% neste ano. A maioria dos estudantes é do sexo feminino e pertence à faixa etária mais jovem, entre 18 e 20 anos. Mais de 90% cursam a faculdade no momento e grande parte ainda frequenta os primeiros semestres da graduação. Dentre as áreas do conhecimento, a participação dos alunos das áreas Biológicas dobrou no último ano, ultrapassando os 1 0%, mas os cursos de Humanas ainda representam a maior parcela dos resultados (43,8%).

EXPERIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA ESTÃO NO TOPO

Apesar dos diversos entraves, os jovens acreditam em uma mudança positiva do cenário atual e se mantem otimistas diante do mercado. Tanto é que a remuneração não é a maior preocupação neste momento e ocupa os últimos postos entre os objetivos dos candidatos (6,8%).

Para eles, o aprendizado está em primeiro lugar, com mais de 70% dos votos, seguido das chances de efetivação após a conclusão do estágio (18%). Dentre aqueles que já participam do programa de aprendizagem (13,6%), a meta principal é adquirir experiência profissional. Boa parte recebe até 1 salário mínimo como bolsa auxílio (23,2) e cerca de 40% deles alega estagiar sem bolsa para cumprir a exigência curricular. 52% desses estagiários consideram a experiência do programa produtiva, pois, através dela adquirem novas experiências e colocam em prática as matérias apreendidas em sala de aula. No geral, 76% buscam uma colocação profissional, dentre eles quase 60% estão à procura de uma oportunidade de estágio e apenas 17,3% estão interessados em qualquer oportunidade que surgir. Para esses jovens, atualmente o maior motivo de insegurança, durante o processo seletivo, é ter que demonstrar suas habilidades em pouco tempo (44%).

TECNOLOGIA É A MAIOR ALIADA NESSA BUSCA

Apesar de estar quase empatada ao fator “indicação”, o crescimento da tecnologia como uma facilitadora nessa empreitada é indiscutível. O fato é que, mesmo a indicação tendo uma relevância de peso (23,6%), as ferramentas digitais já se consolidaram como um dos principais recursos na hora de buscar vagas (23,5%). A maioria dos entrevistados afirma recorrer ao auxílio de até 5 sites de recrutamentos distintos, no entanto, diferente do último levantamento, aqueles que utilizam dezenas de plataformas para buscar uma vaga quase dobrou. Outra mudança que merece destaque é em relação as redes sociais. O Facebook que figurava em primeiro lugar na preferência dos entrevistados, perdeu seu posto para o LinkedIn, uma plataforma mais voltada para interações profissionais.

IMPACTO DA CRISE

Para 62,7% dos jovens o pior efeito da crise é a falta de oportunidades no mercado de trabalho, seguido pelo maior nível de exigência por parte dos recrutadores e o aumento da competitividade entre os candidatos – ambos ocupam o segundo lugar com 14,7% das respostas. Além disso o cenário econômico desfavorável ainda provocou outros efeitos negativos que refletem na carreira dos estudantes, prova disso é que mais de 30% alegou não ter feito qualquer investimento em qualificações justamente por falta de recursos, e 43,4% tiveram que adiar os planos de aprimoramento do currículo, como cursos de idiomas e especializações. Mas, embora o panorama atual seja desafiador, 76,2% dos jovens estão otimistas em relação à crise e acreditam na recuperação do mercado muito em breve.

Cristina Esteche

Jornalista

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