O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-PR) está aguardando um mapeamento de cidades de todo país que deverá definir quais agências dos Correios serão fechadas. A denúncia de fechamento de 513 agências veio à tona no início da semana através da Coluna do Estadão, que revelou, ainda, que a empresa deverá demitir 5,3 mil pessoas. Segundo o Sintcom-PR, é o mapeamento que definirá se serão afetadas as duas agências de Guarapuava e, por consequência, seus cerca de 20 funcionários. Segundo a denúncia, a decisão de fechamentos e demissões foi aprovada em reunião da diretoria dos Correios em fevereiro deste ano e era mantida em sigilo pela empresa.
De acordo com o diretor de comunicação do Sintcom-PR, Ezequiel Dutra, no entorno de Guarapuava, oito agências e cerca de 100 funcionários podem ser afetados.
Embora o presidente interino dos Correios, Carlos Fortner, tenha confirmado a medida, nem a direção dos Correios, nem o Estadão, divulgou a lista das agências de todo o Brasil que podem ser afetadas. De acordo com Ezequiel, do Sintcom-PR, as agências afetadas devem ser divulgadas em breve. Ainda segundo o diretor de comunicação, a medida deve afetar exclusivamente os funcionários que prestam atendimentos nas agências.
“A equipe que recebe e despacha as encomendas nos balcões, recebe boletos, que trabalham dentro dos espaços físicos das agências. Carteiros e funcionários de outras demandas não estão inseridos nessa proposta”.
ARGUMENTAÇÃO
No site da categoria, o secretário-geral do sindicato, Marcos Rogério Inocêncio, reiterou que desde 2014 realiza diversas audiências públicas nos municípios do Paraná, inclusive na Assembleia Legislativa do Estado (ALEP), para alertar sobre consequências e prejuízos à população causados pelo sucateamento dos Correios.
“Essa é mais uma medida que tenta implodir os Correios. A demissão de funcionários concursados é ilegal e imoral. Desde abril, os funcionários estão proibidos de tirar férias para conseguir dar conta da demanda de entrega de encomendas e correspondências. Ao invés de modernizar o trabalho e contratar mais funcionários, fecham agências e demitem trabalhadores. Enquanto isso, o Banco Mundial investe pesado em startups que visam substituir o trabalho dos Correios, mas claro, só nos grandes e lucrativos centros. A quem interessa o desmonte dos Correios? Com certeza, não é para melhorar e baratear os serviços à população”.
Em nota oficial publicada no site dos Correios, o presidente Carlos Roberto Fortner contestou a especulação de números alarmantes para a ação, compreendida pela empresa como “reorganização da estatal”.
“A empresa vem realizando estudos pormenorizados de readequação de sua rede de atendimento, o que inclui não apenas a sua rede física de atendimento como também novos canais digitais e outras formas de autosserviços. Especular prematuramente a respeito de números sem conhecer o projeto de remodelagem da rede de atendimento não é apenas irresponsável e leviano: é uma prestação, antes de mais nada, de um desserviço ao cidadão”.