Uma mulher de 25 anos morreu na última terça (8) em Candói depois de ser atendida no Hospital Santa Clara. De acordo com a família, que não quis identificar o nome da paciente, a jovem passou mal a caminho do trabalho na segunda feira (7) pela manhã e foi levada para o hospital, onde permaneceu em observação até às 14h e foi atendida pelo médico Carlos Alberto Hurtado Aburdene.
Segundo informações repassadas à RSN por parentes, o médico diagnosticou que a jovem tinha uma intoxicação alimentar. A paciente foi liberada e recebeu atestado de um dia assinado pelo médico (veja abaixo) com CID (Classificação Internacional de Doenças) 10R53, que significa mal estar, fadiga.
Mas no dia seguinte, a mulher passou mal novamente. E depois de ser atendida em um posto de saúde, voltou a ser encaminhada para o Hospital Santa Clara, onde segundo os familiares tomou soro e foi liberada. No mesmo dia (8) à tarde, ela não se sentiu bem outra vez, retornou ao hospital e acabou falecendo.
No laudo do hospital, segundo a família, consta ‘morte desconhecida’. O laudo chamou atenção da família, que ao buscar informações sobre o médico na página do Conselho Federal de Medicina, constatou que o CRM 9.777, do médico Carlos Alberto Hurtado Aburdene está cancelado. (imagem abaixo)
A presidente da diretoria do Hospital Santa Clara de Candói, Silvia Lignane Kawada, afirmou nesta segunda feira (14), que o médico Carlos Alberto Hurtado Aburdene é boliviano, fez medicina na Universidade Federal do Paraná, e que o mesmo não está com o registro cassado, mas apenas inativo já que ele ficou um tempo na Bolívia e agora está de volta ao Brasil.
Apesar do atestado de consulta com data de 07/01/2019 e assinado pelo médico, Silvia Kawada informou que ele não fez o atendimento. “Ele não fez o atendimento dessa paciente porque ele está no quadro administrativo do hospital. Como a regularização do CRM está em tramitação, ele não está atendendo pacientes”.
Nesta segunda (14) Silvia informou que o médico saiu em férias por 30 dias na última semana. E que o caso seria repassado para o departamento jurídico do hospital, que faria contato com a RSN. Mas até a publicação dessa reportagem às 17h15, não recebemos nenhuma resposta.