22/08/2023


Esportes Guarapuava

Agressor de árbitros pede perdão publicamente

Violência ocorreu durante jogo de futebol amador entre Arsenal e Colibri no último domingo (20)

ÁRBITRO- AGREDIDO 2

Atendimento às vítimas (Foto: Alencar Souza)

Um dos agressores dos árbitros guarapuavanos durante a partida amadora entre as equipes do Arsenal e Colibri, em Guarapuava, Jorge Gilmar Gula, faz “mea culpa” e diz que está vivendo um dos piores, “se não o pior” momento da sua vida.

“Quero dizer que por conta deste fato, venho recebendo todos os tipos de ameaças (inclusive de morte), sendo julgado com todos os termos pejorativos associados ao ódio e à violência (vagabundo, lixo, verme, pilantra, etc)”.

Arrependido pela violência praticada, Gula encaminhou ao Portal RSN, nesta sexta feira (25), uma retratação pública onde diz que em mais de 30 anos na prática futebolística, construiu uma história de amizades, parcerias leais, deixando um legado de liderança e referência. Mas observa também que “no calor da emoção” cometeu um erro.

“Tenho plena convicção que nenhuma situação justifica o meu ato. Estou mortificado e triste, minha família e amigos profundamente abalados”.

Afirmando que o momento é de “humildade, reflexão e perdão”, Gula pede desculpas às vítimas e suas famílias, às entidades esportivas, aos profissionais de educação física – categoria a qual pertence -, aos familiares e amigos.

Durante esta semana a Liga de Futebol Amador de Guarapuava repudiou a atitude dos dois torcedores e determinou a proibição destes em qualquer partida organizada pela Liga.

CARTA DE RETRATAÇÃO PÚBLICA

“Após alguns dias resilientes, venho me manifestar em público sobre o fato ocorrido no dia 20/01/2019 na Arena Tancredo, no qual me envolvi numa situação de agressão física à um Árbitro da partida em que eu participava.
Afirmo com toda certeza, que este momento, é um dos piores (se não o pior ) já vivenciado em minha vida.
Estou mortificado e triste, minha família e amigos profundamente abalados.
No calor da emoção, cometi este erro. Tenho plena convicção que nenhuma situação justifica o meu ato.
Como cristão, me sinto intimamente penalizado pela minha consciência e de coração partido.
O momento é de humildade, reflexão e perdão.
Humildade para reconhecer e tentar reparar o erro.
Desde o princípio me coloquei à disposição da justiça, sem eximir de qualquer responsabilidade.
Reflexão sobre a atitude, para que nunca mais se repita comigo e com nenhum desportista de Guarapuava.
Perdão à pessoa diretamente envolvida, que sofreu as agressões de minha pessoa, e à sua família pela dor e sofrimento causado a todos;
À classe de árbitros por tamanho desrespeito;
Às entidades esportivas, de modo especial as da modalidade de FUTEBOL;
Aos profissionais de Educação Física, que se sentiram ofendidos e prejudicados;
À minha família, por decepcionar nos princípios estruturantes da família;
Aos meus amigos, que esperam sempre posicionamento positivo, propositivo e sereno;
À minha comunidade a qual espera bons exemplos e ações que contribuam para a formação e evolução cidadã;
Enfim, perdão à toda comunidade desportista de Guarapuava.
Quero dizer que por conta deste fato, venho recebendo todos os tipos de ameaças (inclusive de morte);
Sendo julgado com todos os termos pejorativos associados ao ódio e a violência (vagabundo, lixo, verme,  pilantra, etc….).
Finalizando, quero dizer que em mais de 30 anos na prática do futebol, e ações, atividades e projetos sociais, passei pelas mais variadas situações. Construí uma história de amizades, parcerias leais, deixando um legado de liderança e referência, participando diretamente no encaminhamento de centenas de crianças e jovens à formação cidadã, mercado de trabalho e constituição familiar.
Desta maneira, espero do fundo do coração, que esta história não seja apagada ou destruída por uma ação isolada num ato de grande infelicidade.
Continuarei em residência, me amparando na minha fé,  minha família, e meus amigos para que com o passar do tempo possa retomar minha vida de cabeça erguida e com a consciência em paz”.
Jorge Gilmar Gula “Gula”

Cristina Esteche

Jornalista

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