22/08/2023


Cotidiano Região

Pinhãoense ganha ‘ouro’ em concurso nacional de queijo

Produtora pinhãoense de queijo artesanal concorreu com participantes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Sul no maior concurso do gênero no País

queijo

Pinhãoense faz um dos melhores queijos artesanais do país. (Foto: ANPr)

A produtora do município de Pinhão Angelita Aparecida Freski Surcan produz um dos melhores queijos do Brasil. Com a marca Queijo Colonial Vale do Alecrim, a pinhãoense conquistou a medalha ouro no Concurso Nacional Queijo Brasil, no fim de semana. Esse é o maior e mais importante concurso do gênero do Brasil.

Ao todo 22 produtores de 12 Regiões paranaenses foram premiados. De acordo com a Agência Estadual de Notícias, eles concorreram com 25 queijos. Assim, ganharam quatro medalhas de ouro, duas de prata e seis de bronze.

MUDANÇA

A produção leiteira mudou a vida de Angelita e Rogério Surkamp. Até pouco tempo atrás eles viviam com dificuldade na propriedade de 13,3 hectares onde a atividade leiteira era a principal fonte de renda. O cenário se transformou gradativamente a partir da assistência técnica da Emater. A evolução foi grande. Além do ganho significativo na produção, um dos queijos produzidos por eles recebeu medalha de ouro no V Concurso Nacional de Queijos, no fim de semana passado, em Florianópolis (SC).

A mudança começou com a participação de Angelita no programa Um Dia de Campo promovido pelo Instituto Emater. O gado Jersey produzia pouco e Rogério trabalhava para terceiros, numa tentativa de aumentar os rendimentos da família.

Depois de receber diversas informações, a produtora resolveu seguir as orientações técnicas, investiu na alimentação do gado e os resultados não demoraram a aparecer. A produção de leite que era de 170 litros por dia hoje chega a 500 l/dia. Além disso, a situação melhorou tanto que Rogério atualmente se dedica a sua propriedade, junto com Angelita e a filha do casal.

No ano passado eles conseguiram o registro no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e passaram a fabricar 22 quilos de queijo colonial diariamente, abastecendo o mercado local e engordando a renda da família em cerca de 40%.

NA PRÁTICA

A orientação técnica atacou os principais problemas da propriedade e afastou a ideia do casal que pensou até em desistir da atividade leiteira. O extensionista da Emater Ivan Junior de Oliveira conta que foi necessário atuar em quase todos os segmentos do trabalho da família. Um problema sério era a falta de alimento de qualidade para o gado, o que derrubava a produção de leite. A solução foi implantar pastagem perene de verão.

“Também orientamos o casal a buscar recursos de programas oficiais de crédito para investir em silagem para alimentar o rebanho”, explicou Oliveira. Além disso, foi preciso, ainda, construir instalações mais adequadas para tratar as vacas e para o trator usado na propriedade.

QUEIJO

Com as mudanças, a produção de leite e a renda começaram a aumentar. Rogério deixou de ser empregado em uma fazenda da região para se dedicar exclusivamente a sua propriedade. Além disso, uma das filhas do casal que vivia na cidade também resolveu ajudar os pais e passou a trabalhar no sítio. Atualmente, os três estão envolvidos com a produção de leite. É com a renda da atividade que o casal paga a faculdade das outras duas filhas.

Assim, a produção de leite da propriedade é tão significativa que o casal hoje destina apenas metade a um laticínio da região. O restante é transformado em queijo colonial na agroindústria construída este ano. Segundo Angelita, ela fazia e vendia os queijos informalmente como grande parte dos produtores do município, mas resolveu aumentar a escala e legalizar a produção para comercializar o queijo na feira e nos mercados da cidade.

A meta do casal é incrementar a produção. Segundo eles, mercado não falta, mas no momento não há equipamento suficiente. Além disso, Angelita e Rogério ainda produzem pepino em conserva, morango, doce de leite e panificados.

Pinhãoense muda a vida da família (Foto: AEN)

AVANÇOS

A pinhãoense segue as orientações técnicas à risca e isso já despertou a atenção dos profissionais da Emater. Produtora e extensionistas estão testando a fabricação de queijos diferenciados e querem pleitear o Selo Arte para vender fora do município e do Estado. Além do queijo crioulo, ela fabrica os queijos Gouda e Parmesão.

Um dos queijos produzidos na propriedade recebeu medalha de ouro no V Concurso Nacional de Queijos, no último fim de semana, em Florianópolis. O concurso, entretanto, é o maior e mais importante do gênero do Brasil e nesta edição contou com a participação de 711 queijos de todo o País.

Vinte e dois produtores do Paraná conquistaram 12 prêmios. Assim, eles concorreram com 25 queijos e ganharam quatro medalhas de ouro, duas de prata e seis de bronze.

O Instituto Emater incentivou a participação da maioria dos inscritos, promovendo inclusive o transporte de produtores e extensionistas, com recursos do programa ProRural.

Por fim, a iniciativa de participar e promover concursos de queijos artesanais faz parte de uma estratégia da equipe de agroindústria do Instituto Emater, que tem como objetivo identificar, valorizar e dar visibilidade à produção e aos saberes de muitas famílias rurais, em especial da agricultura familiar.

OS PREMIADOS DO PARANÁ

Medalhas de Ouro
Vale do Alecrim, de Angelita Aparecida Freski Surcan, de Pinhão
Martinazzo, de Roseli e Claudemir Martinazzo, de Itapejara do Oeste
Sudoeste, de Angela Maria Kunz Marangon, de Saudade do Iguaçu
Tomazina, de Alfredo Braz da Costa Alemão, de Tomazina.

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Cristina Esteche

Jornalista

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