Enquanto o Brasil curtia o carnaval, os policiais penais do Paraná viviam o luto pela perda de mais dois colegas de profissão. Alberto Fagner Bezerra e Lodeval Santos Ribas foram as mais recentes vítimas fatais do sistema penitenciário no estado.
De acordo com o Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (Sindarspen), sindicato que responde pela categoria, Alberto tinha 42 anos e entrou no sistema em 2006. Porém, há quatro anos estava afastado do trabalho para tratamento de depressão. Entretanto, durante esse período, foi “forçadamente” transferido da Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu I e para a II. No último sábado (22), Alberto sucumbiu e tirou a própria vida.
Conforme o Sindicato, em Ponta Grossa, Lodeval foi alvejado pelas costas, também no sábado, quando estava com amigos em um bar. Homens encapuzados chegaram ao local dando tiros no servidor. Dos 53 anos de vida, 12 foram dedicados ao sistema, com uma carreira marcada pela retidão.
Segundo o Sindarspen, um suicídio e uma execução que dizem muito sobre os dias tensos que vêm sendo vividos pelos servidores penitenciários paranaenses. Assim, há dois meses, às vésperas do Natal, a categoria também perdeu Edson Cardoso. Ele era policial penal da Penitenciária Estadual de Piraquara I executado em frente à sua casa, em Curitiba.
“Será que com mais duas mortes o Governo do Paraná se convence de que não dá para seguir ignorando as condições de trabalho desses servidores”?
DEMANDA
O Sindarspen lembra que o último concurso público para agente penitenciário no Paraná foi em 2013. Segundo o Departamento Penitenciário (Depen), para atender a demanda atual seria necessária a contratação imediata de mais 4.100 servidores. Além de outros 2.300 para trabalhar nas unidades penais prestes a serem inauguradas pelo governo estadual.
“Estamos trabalhando no gargalo. Há situações em que uma unidade com mil presos funciona com seis agentes para movimentar toda a massa carcerária para banho de sol, postos de trabalho e estudo, atendimentos jurídico, médico, social etc. As condições de trabalho estão cada dia mais desumanas e nos matando”.
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