22/08/2023
Segurança

Matéria sobre tentativa de estupro ganha repercussão na cidade

A entrevista com uma acadêmica de Serviço Social da Unicentro que foi vítima de tentativa de estupro há cerca de uma semana provocou repercussão em Guarapuava. A vereadora Eva Schran (PHS) usou da tribuna da Câmara na sessão de terça-feira (9) para cobrar da Secretaria de Estado da Segurança Pública e do deputado Artagão Junior (PMDB) a nomeação de uma titular para a Delegacia da Mulher em Guarapuava. A vereadora também cobrou providências da administração municipal a respeito dos terrenos baldios existentes na cidade e que, por falta de manutenção, estão se transformando em matagais.
A acadêmica da Unicentro foi perseguida e atacada por um homem quando retornava da Universidade para casa. O ataque aconteceu nas proximidades de um terreno baldio no Alto da Rua XV de Novembro onde, próximo a esse local, uma adolescente foi estuprada e assassinada em outubro deste ano. As ruas nesse local são mal iluminadas.
“A Surg tem que tomar providências e limpar esses locais que oferecem perigo à população”, cobrou Eva Schran.
Uma acadêmica da Unicentro, que pediu para a sua identidade ser preservada, encaminhou um comentário à RSN.
“Li no site a respeito de uma tentativa de estupro que ocorreu com uma acadêmica da Unicentro. O ocorrido nada mais é do que fruto do crescimento de uma cidade que se preocupa com sua estrutura física, crescimento econômico, mas deixa de lado a estrutura humana. A tentativa de estupro é uma barbárie, causa danos para o resto da vida de uma mulher – digo isso por experiência própria. Infelizmente a mulher ainda necessita que alguém a proteja: seja companheiro ou policiais uma vez que frente às intenções de indivíduos como esses pouco há para se fazer, principalmente porque o infrator não tem nada a perder.
Mas o caso chama mais a atenção quando percebo que a mulher, ao conseguir fazer o que poderia ser inimaginável, ou seja, sai da situação apenas com o abalo emocional, vai até o local apropriado – a delegacia- e nesta não encontra por exemplo, uma policial ou um psicólogo para que acolha da melhor forma possível essa vítima.
Realmente fico a imaginar o grande risco que essa mulher se sujeitou e espero, sinceramente, que situações como essas sejam amplamente debatidas e que os registros não se tornem apenas números, pois a grande maioria dos casos permanece no silêncio,” comentou.
Em outro e-mail encaminhado à RSN nesta quinta-feira (11), a comerciaria Claudete Ferraz dos Santos disse admirar a coragem da acadêmica de Serviço Social que procurou a RSN para contar o seu drama.
“Eu já fui perseguida e só não fui atacada porque consegui chegar na frente de um bar e entrei gritando, pedindo por socorro, mas por vergonha e por falta de coragem escondi o fato da imprensa com medo de me expor. O depoimento dessa mulher para o site é um exemplo que deve ser seguido, porque só temos a imprensa a nosso favor. Não podemos contar com vereadores, não podemos contar com a polícia. Só nos resta a imprensa que passou a ser a nossa voz”, diz a comerciaria que mora no Bairro Industrial Xarquinho

Cristina Esteche

Jornalista

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