Mais de 170 mil cães e gatos encontram-se em canis e abrigos no Brasil

Mais de 170 mil cães e gatos encontram-se em canis e abrigos no Brasil (Foto: Mariana Valente/REDE+)

A população pet no Brasil gira em torno de 140 milhões de animais, entre cães, gatos, peixes, aves, répteis e pequenos mamíferos. A maioria é de cachorros (54,2 milhões) e felinos (23,9 milhões), num total de 78,1 milhões de animais. Só em Guarapuava o número chega a 80 mil.

Mais de 170 mil cães e gatos encontram-se em canis e abrigos no Brasil. A maioria desses pets abandonados vivem sob tutela de ONG’s, denominadas popularmente como Proteção Animal, ou de protetores que assumem a responsabilidade de manter esses animais e promover a adoção voluntária.

Existem também os Animais em Condição de Vulnerabilidade, os ACVs, que são aqueles que vivem com famílias classificadas abaixo da linha de pobreza, ou até mesmo nas ruas, mas recebem cuidados de pessoas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, desses 10 milhões são gatos e 20 milhões são cachorros vivendo nessa situação.

COMPRA E ADOÇÃO

Enquanto isso a cadeia produtiva ligada à área econômica do comércio de animais, serviços e produtos pets (Cadeia Pet), é o setor com o segundo maior ranking de faturamento, com os segmentos Pet Food, Pet Care, Pet Vet, comércio, serviços técnicos e criatórios.

De acordo com o IBGE o Brasil já tem mais cães e gatos do que crianças nos lares. Os animais de estimação são uma ótima companhia e alegria para famílias ou pessoas que moram sozinhas. Além da parte afetiva, eles ainda exercem outras funções de grande importância. Garantem acessibilidade a pessoas com deficiência (Leis 11.126 e 13.830), além de auxiliarem em muitos tratamentos terapêuticos, atividades esportivas e de ornamentação. Também exercem funções públicas, como os que fazem parte do Centro Nacional de Cães de Faro (CNCF), que atuam para a Receita Federal.

No Brasil os números relacionados à adoção de animais oscilam muito. Durante a pandemia do coronavírus ONGs e protetores dos animais afirmam que a procura por adoção de cães e gatos teve um aumento de até 50%, mas por outro lado o número de abandonos também apresentou crescimento.

Conforme Grazielle Maria Losso presidente da Sociedade de Proteção aos Animais de Guarapuava (SPAG) por não haver um política pública que facilite a castração desses cães que estão na rua, o número de animais cresce dia após dia. Cada casal de cães que deixa de ser castrados têm a capacidade de gerar 80 mil descendentes em 10 anos.

No caso dos gatos o número chega a 70 mil. A castração além de diminuir o número dos animais em situação de rua reduz os riscos de doenças nas vias uterinas e órgãos genitais. Atualmente mais de 200 animais esperam por adoção no Canil Municipal de Guarapuava.

Por isso, a importância de adotar um cachorro. “Além de estar salvando uma vida a pessoa vai estar contribuindo com o bem-estar do animal. Ele vai dar carinho igual a um comprado. Um animal de rua, às vezes ele é muito mais grato ainda do que um animal comprado”.

E o animal comprado, você acha que está fazendo uma boa coisa e você acaba colaborando para o sofrimento desses animais. Então não tem necessidade da compra, ao passo que a gente tem muitos animais de ruas que precisam urgentemente de um lar.

Contudo, ao adotar um animal de estimação algumas responsabilidades são essenciais. Um animal precisa ser vacinado, vermifugado e ter acesso a exames de rotina, assim como uma pessoa. Outros cuidados ligados à alimentação, passeios e atenção também são importantes para o bem estar dos pets.

IMPORTÂNCIA DA ADOÇÃO

Para que o número de cães e gatos em abrigos e na rua diminuam é necessário que a sociedade se conscientize. Há uma super valorização em torno dos animais de raça enquanto os ‘viralatas’, gatos e cachorros que não tem raça definida são ignorados e na maioria das vezes largados na rua para morrerem.

Já os animais de raças, como os cachorros da raça Mastiff Tibetano, chegam a ser comercializados por até R$2,7 milhões na China (o Mastiff Tibetano é a raça de cachorro mais cara do mundo). Mas o que nem todos sabem é que o comércio dos animais de raça é triste e cruel.

Em muitos casos para aumentarem seus lucros, os criadores de cães submetem matrizes a maus-tratos e comprometem a saúde dos filhotes, que são vendidos pela internet e em pet shops. No Brasil, a lei exige que todo criadouro comercial tenha uma licença e um veterinário responsável. Porém, na prática, a maioria trabalha sem uma coisa nem outra.

Adotar um animal é um gesto de amor e carinho, pois os animais em situações vulneráveis estão sujeitos a sofrer maus-tratos, abusos e frio. Ao adotar em vez de comprar um animal de estimação pelo menos quatro seres vivos são beneficiados: o protetor, que terá condições de atender com mais dignidade os animais que estejam esperando adoção; o próprio bichinho que estará sendo levado para casa; outro animal abandonado, que provavelmente terá condições de ser resgatado pelo protetor havendo espaço para ele; e quem adotou.

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