22/08/2023
Guarapuava Saúde

Guarapuava está debatendo a medicina do futuro, diz professor da USP

Guarapuava sedia o I Simpósio Internacional de Medicina de Precisão com palestrantes nacionais e internacionais

Professor Dr. Michel Naslavski, da USP

Professor Michel Naslavski, da USP (Foto: Nana Felchak/RSN)

Em Guarapuava, cientistas de renome nacional e internacional estão reunidos no I Simpósio de Medicina de Precisão do Vale do Genoma. O encontro começou no fim da tarde dessa terça (21) e segue até hoje (22), no Centro de Eventos Cidade dos Lagos.

De acordo com o Instituto Para Pesquisa do Câncer (IPEC), de Guarapuava, que integra o Vale do Genoma, o objetivo é fomentar o intercâmbio de conhecimento científico. Mas principalmente promover a discussão sobre Medicina de Precisão em diferentes óticas.

Para o professor Michel Naslavsky, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), o Vale do Genoma é uma ferramenta para expandir projetos de bancos genéticos pelo país.

Guarapuava está de parabéns por iniciativas como o Vale do Genoma e o Simpósio. Aqui está sendo debatida a medicina do futuro.

De acordo com Naslavsky, há 12 anos ele desenvolve o programa Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (Sabe) na USP. O programa conta com um banco de dados com 1,5 mil genomas de pessoas acima de 60 anos. Esse estudo está depositado, conforme o professor, no arquivo brasileiro on-line de mutações. “Vamos compartilhar com o Vale do Genoma”.

RASTREAMENTO GENÉTICO

Para se ter uma ideia da importância do rastreamento genômico, no caso de pacientes saudáveis, serve para identificar possíveis alterações que podem vir a acontecer ou que já estão acontecendo. No entanto, ainda sem identificação. Assim, a prevenção desses problemas e a possibilidade de um diagnóstico precoce se tornam mais fáceis.

Conforme o exemplo citado, a descoberta de uma variante genética que aumenta o risco de câncer de mama permite, que seja adotada uma conduta personalizada. Além do acompanhamento preventivo, diferente do usado na população em geral. Esse mapeamento possibilita ainda, que seja montado um ‘check-up’ preventivo específico. Ou seja, considerando a individualidade de cada organismo.

De acordo com o professor, a expectativa, no entanto, é que essa área ganhe cada vez mais relevância no país. Dessa forma, seguindo tendências mundiais do setor e melhorando, cada vez mais, a qualidade do atendimento de saúde prestado aos brasileiros. Em resumo, a medicina de precisão é uma área em expansão cujo objetivo é utilizar o mapeamento do DNA dos pacientes. A finalidade é facilitar a prevenção de doenças, diagnósticos precoces e tratamentos ainda mais eficazes e personalizados.

GENOMAS PARANÁ

Aldo Bona, secretário de Estado (Foto: Nana Felchak/RSN)

Chamado de ‘Vale do Genoma’, a iniciativa instalada em Guarapuava, tem como objetivo estabelecer um polo de startups na área genômica, englobando meio ambiente e agropecuária. Pioneiro no Brasil, o ecossistema integra governo, universidades, empresas e sociedade civil e envolve pesquisadores, inclusive de outros estados. Isso contribui para o fortalecimento de parcerias e ampliação de pesquisas em genética.

De acordo com o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, Guarapuava e o Paraná estão na vanguarda da medicina de precisão. A afirmação foi feita ao Portal RSN ao lançar o programa Genomas Paraná, na abertura do Simpósio. Conforme Aldo Bona, a Seti aprovou aporte de R$ 3 milhões para o desenvolvimento do Projeto Genomas Paraná.

Trata-se de  uma iniciativa de pesquisa científica que pretende identificar marcadores de predisposição genética e metabólica da população paranaense. Será a partir de técnicas de inteligência artificial e ciência de dados. O objetivo é descrever fatores de riscos de doenças cardíacas, derrames, diabetes e comorbidades associadas. A finalidade é embasar estratégias de Medicina Preventiva.

Além de Guarapuava, o material genético inclui amostras de cidadãos de Foz do Iguaçu, na Região Oeste do Paraná. O projeto prevê a estruturação de um biobanco, repositório de longa duração que armazena amostras biológicas e dados epidemiológicos para uso em pesquisas. O estudo será conduzido pelas universidades estaduais do Centro-Oeste (Unicentro) e de Ponta Grossa (UEPG) e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Leia outras notícias no Portal RSN.

 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.