A tradicional Festa do Pêssego em Irati terá que ficar para 2025. A Prefeitura de Irati cancelou a festividade que seria em dezembro deste ano. Isso porque, houve uma severa perda na produção de pêssegos, que registrou uma queda de 70% em relação ao volume esperado.
O efeito das geadas intensas que ocorreram no inverno afetou o desenvolvimento das gemas das frutíferas, o que comprometeu a colheita. De acordo com o Secretário de Agricultura, Alessandro Trybek, o cenário climático em Irati causou danos irreparáveis.
As geadas desse ano foram muito intensas e afetaram diretamente a formação das gemas, que são essenciais para o desenvolvimento dos frutos. Esse processo afeta diretamente a quantidade e desenvolvimento dos pêssegos, limitando o volume disponível para a colheita e para a Festa do Pêssego.
Como alternativa, a Prefeitura disponibilizou um espaço para a comercialização dos pêssegos a partir do dia 18 de novembro na Feira do Produtor de Irati. Conforme o prefeito Jorge Derbli, a alternativa procura manter o compromisso com os produtores locais. “Infelizmente, este ano, as condições climáticas não permitiram que uma tradição fosse mantida. Mas estamos empenhados em apoiar os produtores e buscar alternativas para que o que foi colhido seja comercializado”.
PRODUÇÃO ACELERADA
A Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento de Irati anunciou que neste ano vai fazer uma enxertia de 1.600 mudas de porta-enxerto de pessegueiro. Essas mudanças envolvem variedades de copa variadas, conforme a demanda dos fruticultores da Região. Dessa forma, a iniciativa promove o fortalecimento da produção de frutas no município, para evitar os danos como ocorreram neste ano.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura, Antônio Sidnei Martins, o projeto teve início em 2018, quando a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) entregou sete seleções de porta-enxerto.
Essas coincidências são resultado de cruzamentos controlados pelo Professor Dr. Valmor João Bianchi, dentro de um programa de melhoria de porta-enxertos voltados à cultura de pessegueiros e ameixeiras. O principal foco da pesquisa foi desenvolver mudas mais resistentes ao nematóide das galhas (Meloidogyne spp.) e adaptadas às condições climáticas do Sul do Brasil.
Após anos de desenvolvimento e propagação clonal por exercício, uma das seleções teve aprovação devido à resistência e capacidade de frutificação, marcando um avanço para os pomares locais.
O processo de produção segue um cronograma específico. Em janeiro, os frutos dos porta-enxertos são colhidos e, após a remoção da polpa, os caroços são armazenados em areia. Em abril, os caroços são colocados em caixas com camadas alternadas de areia e armazenados em câmara fria a 5°C por 45 dias. Em seguida, são plantados em canteiros para germinação e, quando alcançam de 5 a 10 centímetros, são transplantados para o solo. A enxertia por borbulhia é feita em novembro, e, em julho do ano seguinte, as mudas são podadas, retiradas do solo e distribuídas aos fruticultores para a criação de novos pomares.
Leia outras notícias no Portal RSN.