22/08/2023
Segurança

Menina é estuprada pelo padrasto na Vila Concórdia em Guarapuava

Uma menina, nove anos, foi estuprada pelo padrasto em Guarapuava. Embora a ocorrência não conste nos boletins das polícias civil e militar, o crime foi registrado pelo Conselho Tutelar, segundo informou a conselheira Isabel M. Pereira da Cruz à Rede Sul de Notícias nesta quarta (26). A RSN entrou em contato com a Polícia Civil em busca da informação, mas não obteve êxito.

De acordo com o Conselho, a criança reside com a mãe e com o padrasto na Vila Concórdia. Diariamente, a menina que estuda a quatro quadras da casa, vai à escola acompanhada pelo padrasto. Ambos saem de casa às 6 horas. Porém, os portões da escola só abrem às 7h15, disse Isabel Pereira da Cruz. No intervalo de tempo entre a casa e a escola a criança era estuprada. “Na segunda [24] recebemos a denúncia de testemunhas que viram o homem e a menina com as calças abaixadas, num carreiro.  A mulher gritou e o agressor saiu correndo para um lado e a criança para o outro. Fomos até a escola e levamos a menina para almoçar numa Casa Lar onde ela nos contou sobre o estupro que vinha acontecendo há algum tempo”, diz a conselheira.

Esse caso repete um drama que atinge vítimas de abusos envolvendo parente. “A menina tinha a preocupação em saber se o padrasto seria preso. Caso isso acontecesse, a preocupação dela era em relação à mãe que está grávida. Ela estava se culpando e questionando como fica a situação da mãe se o homem sair de casa. É o caso de mais uma criança  que é penalizada pelo crime e pela culpa. Enquanto ela sai de casa o agressor continua lá”.

Segundo a conselheira, durante a conversa a menina demonstrou ser ameaçada caso contasse alguma coisa. “Ela tinha uma impressão equivocada das casas lares, dizendo que achava que as crianças abrigadas são maltratadas, sofrem muito. Ela disse isso quando almoçou numa delas. Também, tinha medo do Conselho Tutelar. A impressão é de que era amedrontada e ameaçada”.

O Conselho Tutelar vai investigar agora se houve conivência por parte da mãe ou de outra pessoa já que a criança disse que numa das relações mantidas com o padrasto viu uma mulher fotografando. A intenção do Conselho Tutelar é encontrar provas que provoquem a prisão do agressor.

“Infelizmente esbarramos na legislação, porque não houve o flagrante. Outra dificuldade que temos é a falta de conscientização da comunidade em denunciar na hora em que viu. Existem maneiras de fazer a denúncia de forma anônima e é preciso fazer isso para que culpados sejam punidos”.

A menina, que está na casa de familiares, passará por tratamento psicológico.

Serviço:

As denúncias podem ser feitas de forma anônima, pelo telefone dos direitos humanos 100 e pelo disque denúncia 181 ou ainda pela Polícia Militar através do 190

Cristina Esteche

Jornalista

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