22/08/2023
Segurança

Sindarspen: PIG corre risco de nova rebelião

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 Bárbara Franco com Cristina Esteche 

Uma das principais informações dadas na audiência pública sobre o sistema penitenciário é de que a Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) corre o risco de sediar uma nova rebelião. De acordo com a vice presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Petruska Sviercoski, o aviso foi dado por um ex interno que recebeu alvará de soltura. De acordo com a informação, os internos aguardam apenas uma brecha da segurança para começar o motim.
Petruska  visitou nessa quarta feira (01) a penitenciária e conta que durante a visita  encontrou apenas  11   agentes trabalhando na PIG e cinco no sistema semiaberto. “Além do efetivo defasado encontrei um colega que foi ameaçado de morte trabalhando, uma vez que o secretario de segurança publica do Paraná, Fernando Francischini, havia se comprometido em afastar os agentes que foram ameaçados”.

A penitenciária protagonizou uma das mais violentas rebeliões do Estado do Paraná.  Segundo Petruska a situação na PIG é muito séria e preocupante. “Fiquei muito preocupada com a sena que presenciei durante a visita. Agentes penitenciárias abalados, desestimulados, apavorados com a falta de segurança isso é muito triste”.

De acordo com um levantamento feito pela sindicalista geralmente os presos que estão envolvidos ou no comando das rebeliões, após uma semana do acontecido estão soltos, andando pelas ruas. “Presos que lideram a rebelião em Guarapuava foram transferidos para Curitiba e 15 dias depois estavam livres”.

Segundo Petruska os agentes penitenciários são o “para-choque” entre os presos e a sociedade. “Tudo de negativo que o governo faz contra os internos, como a falta de remédio, a não prestação de serviços básicos como dentista, médicos, somos nós agentes que sofremos as consequências”.

Falta de segurança

Durante a audiência publica coordenada pelo Conselho da Comunidade da Comarca de Guarapuava, entidade não governamental, o delegado geral da Polícia Civil de Guarapuava, Rubens Miranda Júnior, observou que a falta de segurança não é apenas uma condição da PIG e sim também da Polícia Civil de Guarapuava.

O que chamou atenção na fala do delegado foi o paralelo feito entre a PIG e a comunidade. O delegado convidou a comunidade a se unir para tentar minimizar os problemas enfrentados pelos sistemas de segurança em geral tanto da PIG quanto da Polícia Civil e Militar e propôs que os conselhos envolvidos com o sistema de segurança publica se juntem e façam algo pelos sistemas. Como ajudar a melhorar a segurança dos locais entre outras ações.

“A burocracia não pode se sobre sair a condição de vida humana. Não podemos depender apenas do Estado”.

O representante do Conselho Municipal de Segurança, Vacenar Fleck, afirmou que a falta de segurança na PIG não é de hoje e sim desde que ela foi inaugurada, pois segundo ele assim como muitas obras do governo muita coisa ficou por terminar depois da inauguração.

Além disso Flecck comentou sobre falta de manutenção. “ A mais ou menos oito dias antes da rebelião deste ano estive na PIG fazendo uma visita e observei que invadir a penitenciária ou fugir dela não é muito difícil uma vez que as telas de segurança não precisão de um alicate para arrebente-las de tão enferrujadas que estão, basta fazer uma forcinha com as mãos”. 

Cristina Esteche

Jornalista

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