22/08/2023
Segurança

Estudante da UEL será processada por calúnia pela PM

Da Redação, com G1

A estudante da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que disse ter sido obrigada a ficar completamente nua após prisão no Centro Cívico durante o confronto entre policiais e professores no último dia 29, vai ser processada por calúnia. A ação será movida pelas policiais militares responsáveis pela abordagem, conforme nota divulgada pela Casa Militar na Agência Estadual de Notícias do Paraná na tarde desta sexta-feira (08).

De acordo com a nota, as policiais femininas se apresentaram espontânea e voluntariamente após a denúncia da estudante. Todos os procedimentos adotados estiveram, segundo as PMs, em “plena conformidade com a lei, voltados a preservar, inclusive, a integridade física da própria denunciante”.

O caso

A jovem é um dos quatro alunos da universidade detidos por policiais à paisana durante a confusão em frente à Assembleia Legislativa do Paraná na semana passada. Segundo o governo, a prisão foi motivada porque o grupo seria integrante do movimento black blocs. A acusação foi negada pela reitora da UEL, Berenice Jordão, na terça-feira (05).

A jovem relatou os detalhes da prisão em depoimento ao promotor de Direitos e Garantias Constitucionais de Londrina, Paulo Tavares, na tarde de quarta-feira (06). Ela disse que, após ser detida, foi trancada com duas policiais militares em uma sala do Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. “Ela contou ao Ministério Público que as policiais eram do sexo feminino e a despiram completamente. Em seguida, começaram a empurrar a garota e a insultá-la com palavras como vagabunda, comunista e petista”, contou o advogado e professor do curso de Direito da UEL, César Bessa. Ele acompanhou o depoimento da jovem e dos outros três alunos.

O caso já havia sido relatado ao Jornal Londrina pelo presidente do Sindiprol, Renato Lima Barbosa, no dia seguinte à prisão. Na ocasião, Barbosa se limitou a dizer que a garota tinha sido a mais humilhada entre os estudantes da UEL detidos pela PM.

Além da humilhação pela qual passou a estudante, Bessa afirmou que os policiais à paisana teriam desferido diversos golpes contra os garotos presos na ação, como chutes e chaves de braço. Como também já havia adiantado o presidente do Sindiprol, os policiais teriam feito piadas homofóbicas contra um dos alunos. “Isso aconteceu porque ele estava com uma bolsa de uma das mulheres integrantes da comissão da UEL e os policiais o achacaram.”

Cristina Esteche

Jornalista

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