22/08/2023
Blog da Cris

Depois do TRE, Moro poder ser julgado pelo CNJ

Moro passa pelo segundo dia de julgamento nesta quarta (3), por ações de possível abuso econômico nas eleições de 2022

Sergio Moro (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná retoma nesta quarta (3), às 14h, o julgamento que pode levar à cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR). Pesa sobre ele duas ações por abuso de poder econômico nas eleições de 2022. Moro começa a segunda sessão com um ponto a favor dele. Na sessão inicial, segunda (1º), o destaque ficou com o voto do relator das ações. Ou seja, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha recusou as ações impetradas pelo PT, do Presidente Lula, e pelo PL do ex-presidente Bolsonaro.

Mas o senador vive o inferno astral. Pode até parecer mentira, mas é fato. Na segunda (1º de abril) o corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, liberou para julgamento o processo de inspeção nas instâncias responsáveis pelas ações da Operação Lava Jato. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), vai julgar também a 13ª Vara Federal de Curitiba e a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Quem tem boa memória lembra que a 13ª Vara é aquela onde o ex-juiz atuava.

Embora não tenha uma data prevista para o CNJ julgar as ações, a expectativa é que, com a conclusão da correição, novos elementos ou indícios de irregularidades possam vir à tona. E Moro pode ser alvo de novo processo.

“GESTÃO CAÓTICA”

De acordo com relatório parcial, em agosto de 2023, o Conselho apontava uma “gestão caótica”. Isso porque envolvia recursos provenientes de acordos de delação premiada e de leniência firmados com o Ministério Público. Enquanto juiz, Moro homologou todos eles.

Conforme o relatório, com indícios de um “possível conluio envolvendo os diversos operadores do sistema de justiça”. O objetivo, segundo o CNJ, era destinar bilhões de reais de acordos no exterior para “interesse exclusivo” de integrantes da Lava Jato. Houve até a tentativa de criar uma fundação bilionária que, supostamente, empreenderia ações contra a corrupção.

Assim sendo, caso uma investigação criminal seja instaurada, Moro pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pela prerrogativa de foro como senador. Além do ex-juiz, outros magistrados também estão tendo atuações analisadas mais detalhadamente. São os desembargadores federais: Loraci Flores de Lima, João Pedro Gebran Neto e Marcelo Malucelli. Todos do TRF-4, que então julgava os processos da Lava Jato em segunda instância. (*Com informações da Carta Capital)

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Cristina Esteche

Jornalista

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