22/08/2023
Região Segurança

Júri popular de ‘Zé Pedro’ é marcado por manifestação contra o feminicídio

Camila Ferreira estava grávida de três meses quando foi morta. O júri popular ocorre nesta quinta (18) e movimenta as redes sociais

WhatsApp-Image-2021-02-18-at-11.48.09-e1613659900223-1024x575

Júri de ‘Zé Pedro’ é marcado por manifestação contra o feminicídio (Foto: Guima/Portal RSN)

Justiça! Esse foi o pedido que movimentou a avenida Manoel Ribas em frente ao Fórum da Comarca de Guarapuava na manhã desta quinta (18). Isso porque ocorre hoje, o julgamento de José Pedro Santos, conhecido como ‘Zé Pedro’. Ele é acusado pelo assassinato de Camila Ferreira, de 22 anos.

A jovem estava grávida de três meses quando foi morta. O suspeito foi a júri popular hoje. O caso movimentou as redes sociais, já que um convite de manifestação circulava, para que todos estivessem às 8h, com roupa preta e cartazes.

O AMOR NÃO MATA!

Camila Aparecida Ferreira tinha 22 anos e foi morta com golpes de canivete (Foto: Reprodução/Facebook)

A jovem Camila foi morta e abandonada às margens de uma rodovia nas redondezas de Guarapuava em 18 de setembro de 2019, pelo homem que ela amava. Denilda Ferreira, mãe da vítima, deu um relato emocionante ao Portal RSN em 20 de setembro de 2019. A mãe da jovem compartilhou a triste e curta ‘história de amor’ da filha.

Camila, pelo que se sabe, conheceu Zé Pedro pela internet. Eles começaram um relacionamento. Porém, já nos primeiros dias de namoro ela foi morar na casa da mãe dele. Para a família da jovem, até então Zé Pedro era um bom homem. Frequentava a casa da família e ia à igreja com eles. “Ele levava a Bíblia embaixo do braço e dizia que se minha filha quisesse ficar com ele, ela tinha que ir pra igreja”.

Zé Pedro estava na casa da irmã no Distrito da Palmeirinha e confessou o crime (Foto: Reprodução/Facebook)

Entretanto, logo os sinais de violência começaram a aparecer. “Ele a impediu de trabalhar, dizia que ele sustentaria a casa. Fiquei sabendo, que ele verificava as roupas íntimas dela na hora em que ia sair e na hora em que retornava”.

Além disso, Denilda contou que testemunhas disseram que uma certa vez ele a surrou dentro do carro em uma festa. A irmã mais velha de Camila e uma outra amiga sabiam das agressões. Elas aconselhavam a jovem a romper o relacionamento. Mas ela acreditava que “ele iria mudar”.

O AGRAVANTE

Denilda contou que no dia em que a filha morreu, uma amiga da família levou Camila até a Estação da Fonte, no Centro de Guarapuava. “Não sabemos como ela foi parar dentro do carro dele. Não sabemos se eles combinaram de se encontrar. Ela tinha esperança de que ele ia mudar. Mas, ele é um monstro ele acabou com a minha vida”.

De acordo com as informações, Camila foi encontrada às margens da PR-466 já ensaguentada. Uma foto mostra que ela estava com o braço enfaixado. Ao pedir ajuda ela contou aos populares que estava grávida de três meses. Infelizmente, Camila não resistiu aos três golpes de canivete que a atingiram e morreu pouco tempo depois.

ALÔ VIZINHA

A Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres de Guarapuava deu início em julho de 2020, a uma campanha que busca conscientizar tanto as vítimas de violência contra a mulher, quanto aqueles que estão próximos e podem ajudar, principalmente, em meio a pandemia e tempos de distanciamento social: os vizinhos. Por isso, se uma mulher precisar de ajuda, denuncie! Ligue 181.

Antunes

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.