22/08/2023


Guarapuava

Falta pouco para mãe e filha se reencontrarem

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Guarapuava – No dia 14 de janeiro, a RedeSul de Notícias publicou a história de Samara Bruna da Silva, que aos cinco anos de idade foi encaminhada para uma das antigas Casas Lares de Guarapuava e hoje aos 22 anos, casada, mãe e morando em Roncador, perto de Campo Mourão, estava procurando sua mãe que, possivelmente ainda estaria viva e residindo em Guarapuava.

Assim como o Conselho Tutelar de Roncador, a RedeSul de Notícias recebeu alguns telefonemas dizendo saber do paradeiro da dona Simone Leonilda da Silva, mãe de Samara. E em uma das ligações, inclusive, foi fornecido o endereço e o telefone. Tentamos contato mas nossas ligações não foram atendidas. De posse do possível endereço, o repórter Jonas Laskouski tentou localizar dona Simone, e conseguiu encontrá-la numa realidade extremamente humilde, vivendo com o atual marido no bairro Morro Alto, e mãe de mais cinco filhos, incluindo aí um recém nascido com pouco mais de um mês.

"Sem fazer juízo de valores e percebendo a realidade e a limitação de dona Simone, procurei conversar com ela de uma maneira a entender sua história de vida e os possíveis motivos que fizeram com que a menina Samara fosse encaminhada aos cuidados do Município e o porquê de passar tanto tempo sem procurá-la.

Conversa vai, conversa vem, dona Simone me contou detalhes – que pertencem à ela – do que aconteceu em 1998, quando Samara foi para a Casa Lar do Batel. Em certo momento, contei que a filha estava procurando por ela. Foi uma alegria só. Perguntei se ela gostaria de ver uma foto de Samara e mostrei no notebook uma recente que havia recebido do Conselho Tutelar de Roncador. Ela não queria mais largar o aparelho, não desgrudava os olhos da foto da filha, observando cada detalhe das feições da moça. Conversamos mais, explicando para ela como a informação tinha chegado até nós e que poderíamos fazer dali em diante.

De volta à redação da RSN, entrei em contato com a Eliane, do Conselho Tutelar de Roncador, que já estava sabendo do paradeiro de dona Simone e estamos tentando achar a melhor maneira de mãe e filha se reencontrarem 17 anos depois. Como a vida foi dura com as duas, fiquei pensando na melhor maneira de fazer isso, para que nenhuma delas saísse ainda mais magoada ou ressentida com essa dureza da vida. Na verdade, não posso me intrometer muito, já que a história não é minha. Mas se o destino fez com que essa história viesse até a RedeSul e que pudemos achar dona Simone, creio que também é nosso dever ajudar no reencontro dessas almas. Isso ainda não aconteceu, mas assim que tivermos o desfecho dessa história, deixaremos vocês saberem e participarem com seus sentimentos de que a vida não é assim tão dura."

Cristina Esteche

Jornalista

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