Curitiba – O deputado Élio Rusch, líder da Oposição, reagiu com indignação pela demora de oito meses para que o governo do Paraná iniciasse a reforma de uma escola no Oeste do Estado que teve parte das instalações destruídas por causa de um temporal. Segundo ele, a revelação é grave, principalmente por se tratar de obra emergencial.
Não dá para admitir descaso do comando estadual, especialmente numa situação como esta, que coloca em risco o rendimento escolar dos alunos. É mais um exemplo que demonstra o ritmo lento da administração do governador Roberto Requião. Se uma obra que deve ser executada com urgência demora quase um ano para iniciar, este governo precisaria de oitenta anos, no mínimo, para concluir o tão anunciado canteiro de obras, avaliou.
O deputado se referiu à Escola Estadual e Municipal Evaldo Taliuli, de São Pedro do Iguaçu, citada em matéria do jornal Gazeta do Povo desta segunda-feira (18) sobre a falta de repasse de verba Federal a escolas que têm problema de desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) por falhas do Ministério da Educação (MEC) ou das próprias escolas.
Enquanto as obras não foram concluídas, os alunos tiveram que ocupar espaços improvisados.
Rusch prometeu apresentar uma proposta, assim que começarem os trabalhos na Assembléia Legislativa, para garantir um prazo máximo para entrega de obras emergenciais. Vamos elaborar um projeto para enquadrar melhor esses casos, afinal, são situações que já dispensam licitação, portanto, não deveria haver demora ou qualquer outro obstáculo, concluiu.
Atraso é comum
O atraso para a realização de obras emergenciais tem se tornado comum nesse Governo. O deputado Marcelo Rangel (PPS) denunciou no ano de 2007, problemas na estrutura do maior colégio da cidade de Ponta Grossa, o Instituto de Educação Professor César Pietro Martinez.
Em outubro de 2007 o governador anunciou uma licitação no valor de R$ 3 milhões para a reforma do colégio. Essa licitação não saiu do papel, pois no início do ano seguinte os problemas continuavam.
No início de 2008, após o desabamento de parte do telhado do Instituto, o governo liberou para obras emergenciais, R$ 1,5 milhão. Até que em maio do ano passado, laudos do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Vigilância Sanitária apontaram diversos problemas na estrutura do prédio, bem como o risco de incêndio, e o Instituto teve que ser interditado. Foram quase três anos para resolver o problema de um colégio que atende mais de 1,6 mil alunos e que durante o tempo de interdição tiveram que ter aulas em locais cedidos por outras instituições, como a Universidade Estadual de Ponta Grossa.
A Educação, que vem sendo tratada com descaso por este governo, também foi alvo de denúncias da Oposição em outros pontos, como o caso dos ônibus escolares.
A compra foi realizada no início de 2009 e durante todo o ano, os ônibus ficaram estacionados diante do Palácio Iguaçu e só eram entregues conforme a disponibilidade do governador Roberto Requião em comparecer ao evento.
Em setembro do ano passado, a secretária de Educação, Yvelise Arco-Verde, garantiu que todos os ônibus haviam sido entregues, mas em matéria da Agência Estadual de Notícias do dia 17 de dezembro, comprovOU que o governo ainda entregava ônibus para o transporte escolar na região sudoeste do estado naquela data.