É incrível como temos o poder de amar incondicionalmente uma pessoa com a qual você não tem nenhum tipo de relacionamento. O que chama a atenção e provoca esse despertar é a personalidade, o caráter, o exemplo de vida.
Digo isso, para falar sobre o pouco tempo que convivi com D. Albano Cavallin. Era o ano de 1988, centenário da “Abolição” da Escravatura no Brasil. Uma programação especial foi programada e incluía a celebração de missa afro, com todos os preceitos, na Catedral Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava. Na primeira conversa com D. Albano a receptividade foi surpreendente. Ele chegou ao ponto de reconhecer que a Igreja Católica, enquanto instituição, deveria pedir perdão aos negros pelas atrocidades cometidas. Era a primeira manifestação de tolerância religiosa e vinda de um líder católico. Ele não só aceitou, como também, celebrou a missa, no dia 13 de maio de 1988. Foi nesse dia que o Juan, meu filho caçula com o Orlando, fez a sua passagem para um plano mais alto.
Não só por esses motivos, mas pela sua conduta progressista, humanitária, pelo seu carisma, pela leveza da sua alma, pela energia positiva e “acolhedora” que transmitia pelo seu olhar, que como pessoa comum, lamento a passagem de D. Albano. A Igreja Católica perde um grande líder.
Como espiritualista, comemoro essa transição de D. Albano para um plano elevado, com a certeza de que ele cumpriu muito bem, com méritos, a sua passagem na Terra. Segue em paz, D, Albano.