22/08/2023


Geral Paraná

MP denuncia dirigentes de clube de futebol por estelionato e outros crimes em Campo Mourão

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Da Redação, com assessoria MP

Campo Mourão – A falsa promessa de treinamento e suporte na carreira como jogador de futebol feita a inúmeros adolescentes e jovens em troca de pagamento levou o Ministério Público do Paraná, por meio da 2ª e da 5ª Promotorias de Justiça de Campo Mourão, região Centro Ocidental do Estado, a apresentar denúncia criminal contra um dirigente do Sport Club Campo Mourão, antigo Hawaí Esporte Clube, e outras pessoas. O MPPR sustenta que os denunciados incorreram nos crimes de organização criminosa, estelionato e maus-tratos.

Conforme a denúncia, os requeridos anunciavam que estavam fazendo seleção de adolescentes e jovens interessados em atuar como jogadores profissionais de futebol, prometendo treinamento adequado e profissionalização.

Os interessados foram convencidos a pagar valores diversos por “avaliação esportiva” e despesas de manutenção do treino, mas, na prática, não recebiam nada do que era prometido: não havia instalações adequadas para treinos ou alojamento apto dos atletas (as condições de higiene e alimentação eram precárias), nem equipe de profissionais com habilitação técnica para realizar o serviço ou rotina de treinamento condizente com o prometido. Muitos dos adolescentes também foram expostos a condições caracterizadoras de maus-tratos – situação verificada pelo Conselho Tutelar da cidade em diferentes ocasiões. 

Como resume o MPPR na ação penal, “conforme a prova verificada e o teor dos depoimentos de vários atletas à Promotoria de Justiça, no período supracitado, os denunciados insistiram na manutenção das atividades do clube, atraíram novos atletas, incluindo adolescentes de diferentes partes do Brasil e até do exterior, cientes da precariedade das instalações e dos serviços correspondentes que impediriam a prestação adequada de serviços de treinamento, admitindo, assim, que os jovens fossem continuadamente ludibriados a inscreverem-se sob promessas de treinamento profissionalizante que na realidade não tinha condições de ser prestado, auferindo-se o proveito econômico correspondente a pagamentos que os jovens e suas famílias faziam, mas sem nenhuma perspectiva real de prestação do serviço correspondente e expondo-os a maus-tratos que foram descritos pelas vítimas.”

Cristina Esteche

Jornalista

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