22/08/2023
Segurança

Operação Corcel Negro II prossegue na região Centro-Sul do Estado

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Da redação – A iniciativa, que tem o intuito de fiscalizar o comércio e produção de carvão, prosseguirá na região Centro-Sul do Paraná por tempo indeterminado, de acordo com informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), escritório regional de Curitiba. A operação começou na região na segunda-feira (19)

Durante a semana, foram aplicadas multas que somam R$ 651.164,54 em seis empresas do Centro-Sul. Foram apreendidos 1.863,59 metros de carvão vegetal irregular, além de lenha de origem nativa. No entanto, Ibama informa que revelará outros dados – como, por exemplo, o nome das empresas autuadas – apenas quando a operação for concluída.

Essa é a segunda fase da Corcel Negro II, que envolve funcionários do órgão do Paraná e de Santa Catarina. A primeira ocorreu na divisa do Brasil com o Paraguai com o intuito de investigar a entrada de carvão ilegal no país. “Nosso objetivo com a operação é verificar se os créditos de carvão presentes no sistema dizem respeito à quantidade estocada pelas empresas”, explica o chefe de fiscalização do Ibama do Paraná, Caio Kanabushi.

Ele destaca que muitas empresas adquirem carvão ilegal e compram créditos para “esquentar” o produto. Durante a operação também foram encontradas espécies ameaçadas, como a imbuia e a araucária, queimando em fornos de maneira ilegal. Um dos fatores que motivou a operação foi o fato de empresas do Oeste paranaense comercializarem carvão vegetal para a região Centro-Sul do Estado, produtora do item. Assim, a operação foi estendida a cidades como Guarapuava, União da Vitória, Palmas, Prudentópolis e Imbituva, entre outras.

Na região existe também a floresta de Araucária. “O Centro-Sul possui muitos remanescentes nativos dela, a maioria preservada, que se localizam em áreas autorizadas”, observa Kanabushi. Assim, os créditos virtuais estariam sendo usados para que o carvão produzido a partir de desmatamento criminoso pudesse ser “legalizado”, seguindo para os mercados consumidores, em especial a indústria siderúrgica.

Os infratores que cometerem crime ambiental com o comércio ilegal de carvão, além de receberem multas, serão compulsoriamente denunciados ao Ministério Público, onde responderão criminal e administrativamente. Eles também terão os acessos aos serviços online do Ibama bloqueados e, dependendo do caso, será solicitada a justiça o fechamento definitivo da empresa.

Foto ilustrativa

Cristina Esteche

Jornalista

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